Campos Neto: Desemprego baixo não provoca “inflação grande” em serviços, mas preocupa

Um dos riscos altistas para a inflação citados pelo Banco Central é o aquecimento do mercado de trabalho

Reuters

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a demonstrar preocupação nesta sexta-feira com os possíveis impactos de um mercado de trabalho aquecido sobre a inflação, mas afirmou que, por enquanto, os efeitos na área de serviços não são significativos.

“Na margem, a inflação de mão de obra parece ter começado a influenciar a inflação de serviços, mas isso é ainda muito incipiente”, comentou Campos Neto durante uma palestra no Conexão 50 – Encontro de Líderes de Franchising, promovido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), em São Paulo.

“Temos conseguido trabalhar com um desemprego mais baixo, sem provocar uma grande inflação na área de serviços, embora exista preocupação na margem”, acrescentou Campos Neto.

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Nos últimos meses, um dos riscos altistas para a inflação citados pelo Banco Central é, justamente, o aquecimento do mercado de trabalho, que pode estar impulsionando os salários em setores específicos da área de serviços.

Na manhã desta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,8% nos três meses até julho, em linha com as expectativas dos economistas, mas no menor nível para o período desde o início da série histórica do governo, em 2012.

No evento da tarde desta sexta-feira, Campos Neto também voltou a alertar para o desequilíbrio fiscal nas contas do governo federal. “Tivemos uma melhora na receita líquida, mas as despesas continuam subindo acima da receita”, pontuou Campos Neto. “Temos dificuldade em montar um cenário em que haja convergência com a dívida caindo”, acrescentou.

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Pela manhã, o próprio Banco Central informou que a dívida pública bruta do Brasil, como proporção do PIB, chegou a 78,5% em julho, em comparação a 77,8% no mês anterior.