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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou em maio e registrou a menor variação mensal em mais de um ano, mas a inflação brasileira ainda acumula alta de 11,73% em 12 meses e continua entre as mais altas do mundo.
O país tem a quarta maior alta de preços anual e fica só atrás de nações que passam por graves crises inflacionárias, como Turquia (73,5%), Argentina (58%) e Rússia (17,1%), segundo ranking com 23 países compilado pela Austin Rating.
A Turquia vive uma espiral inflacionária desde que o presidente Recep Tayyip Erdoğan demitiu o presidente do Banco Central do país e força a queda dos juros, o que fez a Bolsa de Istambul despencar em meio a circuit breakers, a lira turca derreter e o rendimento dos títulos da Turquia dispararem.
Os 11,73% de inflação acumulada em 12 meses colocam o Brasil à frente não só dos países desenvolvidos, como Reino Unido (9,%), Estados Unidos (8,6%) e França (5,2%), mas também de emergentes como Índia (7,8%), México (7,8%), África do Sul (5,9%) e Indonésia (3,6%).
Inflação mundial
O processo inflacionário tem sido um problema global devido a uma série de fatores — a guerra entre Rússia e Ucrânia, os lockdowns na China devido a surtos de Covid-19 e o excesso de demanda causado pela injeção de recursos na economia por quase todos os países para enfrentar os efeitos da pandemia, entre outros fatores — o que tem levado os governos a adotarem medidas para combatê-lo.
Nos EUA, a inflação medida pelo CPI (sigla em inglês para índice de preços ao consumidor) subiu 1,0% em maio na comparação com abril, bem acima do esperado pelo mercado, o que fez a alta anual acelerar de 8,3% para 8,6%.
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O resultado ficou acima da projeção mais pessimista, que era de 8,5%. Após a divulgação do indicador nesta sexta-feira (10), o rendimento de curto prazo dos títulos do Tesouro americano dispararam e os índices futuros em Nova York se firmam em território negativo.
Na Zona do Euro, a inflação anual está em 8,1% (a região não foi incluída no ranking abaixo por reunir dezenas de países). François Villeroy de Galhau, membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), afirmou nesta sexta que a inflação na Zona do Euro “não apenas está elevada, mas muito disseminada”, por isso é necessário apertar a política monetária.
A exceção é a China. O índice de preços ao consumidor (CPI) divulgado nesta sexta mostra uma alta anual de 2,1% em maio, o mesmo patamar de abril, um resultado 0,1 ponto porcentual abaixo do projetado por economistas consultados pelo The Wall Street Journal.
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Veja abaixo o ranking compilado pela Austin Rating:
Posição | País | Inflação em 12 meses* |
1 | Turquia | 73,5% |
2 | Argentina | 58,0% |
3 | Rússia | 17,1% |
4 | Brasil | 11,7% |
5 | Reino Unido | 9,0% |
6 | Holanda | 8,8% |
7 | Espanha | 8,7% |
8 | Estados Unidos | 8,6% |
9 | Alemanha | 7,9% |
10 | Índia | 7,8% |
11 | México | 7,7% |
12 | Itália | 6,9% |
13 | Canadá | 6,8% |
14 | África do Sul | 5,9% |
15 | Singapura | 5,4% |
16 | Coreia do Sul | 5,4% |
17 | França | 5,2% |
18 | Austrália | 5,1% |
19 | Indonésia | 3,6% |
20 | Suíça | 2,9% |
21 | Japão | 2,5% |
22 | Arábia Saudita | 2,3% |
23 | China | 2,1% |
* Dados acumulados até abril ou maio de 2022
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