Brasil tem 2,7 milhões de ruas sem nome e 24,4 milhões de endereços sem número

Cadastro do IBGE encontrou em 2022 mais de 106, milhões de endereços do país, sendo que 22,8% não tinham número

Roberto de Lira

Unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida (Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil)
Unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida (Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil)

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O Brasil tem ao menos e 2,7 milhões de endereços em ruas e logradouros sem nome e 24,4 milhões de endereços sem número. Os números impressionantes foram divulgados nesta sexta-feira (14) pelo IBGE, que atualizou os dados do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), a partir do Censo realizado em 2022.

O Censo encontrou mais de 106, milhões de endereços do país, um acréscimo de 34,0 milhões em relação ao último cadastro.

Segundo o estudo, o país tem 72,4 milhões de endereços situados em ruas, 10,7 milhões em avenidas e 7,1 milhões em estradas. Travessas, sítios, alamedas e fazendas também estão entre os principais tipos.

Dos 24,4 milhões de endereços sem número (22,8% do total), a maior parte  está em Goiás (2,46 milhões). Além disso, há 438,0 mil endereços identificados pela quilometragem da via. Entre estes, 76,1 mil estão em Rondônia, unidade da federação com a maior ocorrência desse tipo.

E dos 2,7 milhões de endereços em logradouros sem nome, a maior parte está localizada na Bahia (314,5 mil). Além disso, existem 171,7 mil endereços em locais cujo nome tem apensas a palavra “Brasil”.

Outra curiosidades: há 2,3 milhões de endereços em logradouros cuja denominação tem a palavra “São”, além de 1,7 milhão de endereços em logradouros com “Doutor”, 1,0 milhão de endereços cujo nome contém “Santa” e 483,5 mil de endereços com “Presidente” na sua denominação.

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Eduardo Baptista, gerente do Cadastro CNEFE diz que o endereço é também um indicador de cidadania. “Isso significa que o cidadão que vive em um endereço sem número ou em uma rua ou avenida sem denominação está sofrendo algum tipo de déficit na sua cidadania, pela não formalização daquele endereço ou logradouro pelo poder público municipal”, explica.

O estudo divulgado hoje mostra ainda que, em 2022, o país tinha 3,5 milhões de edificações em construção ou reforma, das quais 605,2 mil estavam no estado de São Paulo, que abrigava a maior quantidade dessa espécie de endereços entre as 27 unidades da federação.

Os dados podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) e no panorama do Censo 2022.