BofA muda projeção e descarta corte adicional na Selic neste ano após divulgação de IPCA

O IPCA teve em setembro a maior alta para o mês desde 2003, de 0,64%, pressionado pelo aumento dos preços de alimentos

Reuters

Prédio da sede do Banco Central, em Brasília (Beto Nociti/BCB)
Prédio da sede do Banco Central, em Brasília (Beto Nociti/BCB)

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BRASÍLIA (Reuters) – O Bank of America elevou nesta sexta-feira sua perspectiva para a inflação neste ano, ao mesmo tempo que passou a descartar corte adicional na taxa básica de juros, prevendo que ela seguirá em 2% até o fim de 2020.

“Esperamos agora que a taxa Selic permaneça estável e termine este ano em 2,00% (de 1,75% antes) dadas as pressões inflacionárias mais altas que reduzem o espaço para outro corte em nossa visão”, escreveram o chefe de economia e estratégia para o país do BofA, David Beker, e a economista para Brasil e Chile do banco, Ana Madeira.

Para a inflação medida pelo IPCA, a expectativa subiu a 2,7%, contra 2% antes, em função da recente alta nos preços dos alimentos e dos riscos de uma recuperação econômica mais rápida até o final deste ano.

Mesmo com o ajuste, o percentual segue bem abaixo da meta oficial para o IPCA neste ano, que é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ressaltaram eles.

“No médio prazo, ainda esperamos um cenário inflacionário benigno, devido ao grande hiato do produto e à folga do mercado de trabalho”, assinalaram.

O IPCA teve em setembro a maior alta para o mês desde 2003, de 0,64%, pressionado pelo aumento dos preços de alimentos, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Nos 12 meses até setembro, o IPCA acumulou alta de 3,14%, frente a 2,44% nos 12 meses até agosto. A inflação do mês veio acima das expectativas de analistas, que previam aumento de 0,54% em setembro sobre agosto e de 3,03% em 12 meses.