BNDES utiliza fundos públicos para reduzir juros e ampliar oferta

Banco já concedeu linhas de crédito na ordem de R$ 25 bilhões em um ano e meio

Felipe Moreira

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Em um ano e meio sob gestão do Partido dos Trabalhadores (PT), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vem ampliando a oferta de crédito com condições mais atrativas, por meio da utilização de fundos públicos.

De acordo com o jornal o Globo, o banco de fomento já concedeu linhas de crédito na ordem de R$ 25 bilhões. O montante foi impulsionado pelo acesso a R$ 15 bilhões do Fundo Social do Pré-sal, exclusivamente para a reconstrução do Rio Grande do Sul, após as fortes chuvas que assolaram o estado entre abril e maio.

Outros R$ 24 bilhões podem estar a caminho, com o pacote de socorro ao setor aéreo, um novo aporte no Fundo Clima e o potencial do recém-criado Fundo de Investimento em Infraestrutura Social (Fiis).

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A cifra pode ser ainda maior, tendo em vista que a conta inclui só um aporte de mais R$ 10 bilhões no Fundo Clima, previsto para este ano, enquanto o plano do BNDES é receber injeções de mesmo valor em 2025 e 2026.

Já o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) teria R$ 4 bilhões para emprestar no curto prazo, conforme sinalizações do Ministério de Portos e Aeroportos, mas também poderá ter desembolsos anuais. Já o potencial do Fiis, de R$ 10 bilhões, será distribuído por vários anos, segundo o diretor de Planejamento do BNDES, Nelson Barbosa.

Diferentemente dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), principal fonte do BNDES, que desde 2018 seguem os juros de mercado, esses outros fundos têm subsídios. Ao usá-los na composição dos financiamentos, o BNDES consegue diminuir os juros para os clientes finais, atraindo demanda com condições mais vantajosas.

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A nova estratégia difere daquela empregada nos governos anteriores do PT. Em resposta à crise financeira global iniciada em 2008, o BNDES recebeu injeções substanciais de títulos públicos. Entre 2009 e 2014, esses aportes somaram R$ 441 bilhões, elevando os desembolsos a níveis recordes, mas também agravando o desequilíbrio nas contas públicas.