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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promete manter o projeto de desinvestimento da carteira de ações da instituição em 2022, com o objetivo de zerá-la. A afirmação é do presidente do banco, Gustavo Montezano, que participou de um painel nesta quarta-feira (26) na programação do Onde Investir 2022, evento online promovido pelo InfoMoney, em parceria com a XP Investimentos.
Em dezembro, um leilão de ações da JBS movimentou R$ 2,66 bilhões na B3, com a venda de 70 milhões de ações. O vendedor dos papéis foi exatamente o BNDES, que se desfez de 12% da participação que tinha do grupo frigorífico.
“Em 2019, a gente tinha R$ 120 bilhões em carteira de ações e o patrimônio do banco era de R$ 100 bilhões”, lembra Montezano. “Era mais dinheiro em especulação financeira e menos recurso para o desenvolvimento”.
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Em três anos, o banco de fomento já desinvestiu R$ 80 bilhões entre ações próprias e de titularidade do Tesouro Nacional. A promessa do presidente da instituição é não parar por aí.
“Adoraria chegar em um nível em que ativos financeiros não estivessem mais no balanço do banco. Que o capital do BNDES estivesse totalmente disponível para alocação em atividades que gerem impacto socioambiental”, pontua.
Montezano afirma que os bancos de fomento pelo mundo seguem a mesma tendência e possuem atualmente pequena participação em ativos financeiros especulativos.
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“Adoraria, se não for possível em 2022, que seja mais à frente, chegar a um nível em que os ativos financeiros no balanço do BNDES com um único propósito de fazer especulação financeira não estivessem mais lá.”
“Temos mais ou menos uns R$ 75 bi na carteira para desinvestir. Vamos continuar a fazer isso com parcimônia, com calma. Se não for possível em 2022, espero que quem estiver na gestão do banco assim o faça no futuro”. Montezano ressaltou que a venda dos ativos tem sido feita sem causar desequilíbrios no mercado acionário.
Questão fiscal restringe investimentos no âmbito federal
De olho na condução fiscal – maior endividamento da União –, Montezano afirma que a oferta de investimentos federais em 2022 será mais escassa. Ele alerta, porém, que os recursos serão mais generosos no âmbito dos Estados e no setor privado.
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“O que a gente escuta de governadores e secretários de Fazenda são caixas relevantes no bolso dos Estados, seja por privatizações ou pelo amento de arrecadação”, detalha.
Ele explica também que o ciclo do investimento privado, que cresceu nos últimos anos, está se mantendo, especialmente por parte de exportadores de materiais básicos, como combustível, minério e aço.
“Nossa visão é super construtiva para o ciclo de investimento de longo prazo para a infraestrutura brasileira, seja por demanda de clientes, consultas ao banco ou por conversas com diferentes setores da economia”, afirma Montezano.
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Resultados do marco legal do saneamento
O presidente do BNDES também celebrou os resultados do marco legal do saneamento básico, aprovado em 2020, que facilitou a entrada de novas empresas no setor.
“Era um segmento basicamente dominado por empresas estatais com uma barreira regulatória muito alta para novos competidores. E os resultados estão aí”, destaca Montezano, que lembra de leilões de concessão realizados no Rio de Janeiro, Alagoas, Amapá, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo.
Dentre os exemplos, Montezano cita as ações no Amapá. Segundo ele, as operações na área de saneamento e a privatização da distribuidora local movimentaram um capital equivalente a 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
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Com painéis diários e figuras renomadas do mercado financeiro, o Onde Investir 2022 seguirá até o dia 1º de fevereiro. Você confere aqui todas as atrações já realizadas durante o evento. Já a programação completa está disponível no site do InfoMoney.
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