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O governo Biden anunciou nesta terça-feira (14) novas alíquotas de imposto de importação sobre US$ 18 bilhões em produtos chineses, sob a justificativa de “proteger os trabalhadores e as empresas norte-americanas” das “práticas comerciais desleais da China“.
As alíquotas vão subir para diversos produtos, de veículos elétricos e baterias de lítio a semicondutores e painéis solares, e em alguns casos vão quadruplicar, dos atuais 25% para 100%. Veja abaixo as principais mudanças:
- Veículos elétricos chineses: alíquota vai quadruplicar, de 25% para 100%, ainda em 2024.
- Baterias: alíquota das baterias de íons de lítio para veículos elétricos passará de 7,5% para 25% ainda neste ano, e o mesmo vale para partes de baterias. No caso das baterias de lítio destinadas a outros usos, o aumento será o mesmo, mas a partir de 2026.
- Semicondutores: tarifas saltarão de 25% para 50% a partir de 2025.
- Painéis solares: imposto de importação sobre células solares chinesas dobrará, passando de 25% para 50%.
- Aço e alumínio: tarifas sobre importações chinesas de aço e alumínio vão mais do que triplicar ainda neste ano, dos atuais 7,5% (alíquota que pode ser menor atualmente) para 25%.
- Produtos médicos: taxas sobre seringas e agulhas aumentarão de 0 para 50% em 2024. Já para determinados equipamentos de proteção individual (EPI), incluindo, respiradores e máscaras faciais, as alíquotas que hoje não ultrapassam 7,5% irão para 25% também neste ano. Enquanto isso, tarifas sobre luvas médicas e cirúrgicas de borracha aumentarão de 7,5% para 25% a partir de 2026.
- Guindastes Ship-to-shore: a tarifa dos guindastes usados para carga ou descarga de contêineres em navios aumentará de 0 para 25% em 2024.
Em resposta à ofensiva americana, o Ministério do Comércio da China disse em comunicado que o país está fortemente insatisfeito com a decisão norte-americana e tomará medidas firmes para defender seus direitos e interesses.
Ação conjunta pró-indústria americana
A Casa Branca defende que o aumento das taxações é consonante e complementa os pacotes de investimento interno, aprovados pela administração Biden nos últimos três anos – o Pacote Bipartidário de Infraestrutura, a Lei dos CHIPS e da Ciência e a Lei de Redução da Inflação.
A estratégia consta em trecho do decreto de Biden, publicado hoje, na sessão específica sobre semicondutores. “O aumento da tarifa sobre semicondutores é um passo inicial importante para promover a sustentabilidade destes investimentos”.
Segundo a Casa Branca, a agenda de investimentos nos Estados Unidos da administração Biden-Harris já catalisou mais de US$ 860 bilhões em investimentos destinados a corporações, por meio de incentivos públicos inteligentes em indústrias do futuro, como veículos eléctricos (VE), energia limpa e semicondutores.
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“Com o apoio do Pacote Bipartidário de Infraestrutura, da Lei dos CHIPS e da Ciência e do Lei de Redução da Inflação, os investimentos estão criando novos empregos na indústria americana e de energia limpa e a ajudando comunidades que foram deixadas para trás a regressar”, diz em comunicado.
Além disso, os EUA procuram frear uma possível inundação de produtos ligados à energia limpa, como painéis solares e veículos elétricos, produzidos na China, já que o país tem subsidiado empresas do setor para incentivar a produção.
O site da CNBC cita uma fala da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em março, afirmando que “o excesso de capacidade da China distorce os preços e os padrões de produção globais e prejudica as empresas e os trabalhadores americanos, bem como as empresas e os trabalhadores de todo o mundo”. Na ocasião, a fala foi classificada como “infundada” pelo governo chinês.
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(Com Reuters)