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NOVA YORK – Após o diagnóstico positivo de Donald Trump para Covid-19, o democrata Joe Biden abriu sua maior vantagem sobre o atual presidente em pesquisas de intenção de voto a um mês das eleições americanas. Entre os adultos que pretendem votar no dia 3 de novembro, consulta da Reuters/Ipsos feita nos dias 2 a 4 mostra que 51% apoiam Biden, enquanto 41% declaram voto em Trump. Outros 4% dizem optar por um terceiro candidato, e mais 4% se mostram indecisos.
Outra pesquisa feita pela NBC News/Wall Street Journal após o debate de terça-feira, mas antes da notícia da doença do presidente, dá uma vantagem de 14 pontos para Biden: 53% a 39%, o que representa um aumento de 8 pontos em relação à pesquisa anterior.
O levantamento Reuters/Ipsos apontou também que a maioria dos americanos acredita que Trump poderia ter evitado a infecção pelo coronavírus se tivesse levado a doença mais a sério. Trump foi internado na última sexta-feira no Centro Médico Militar Walter Reed, perto da capital, Washington, por precaução, segundo a Casa Branca. A hospitalização deverá durar alguns dias e a Casa Branca descreveu sua situação como “preocupante”.
Apenas 34% dos entrevistados disseram acreditar que Trump vem falando a verdade a respeito da doença, enquanto 55% dizem que não; 11% dizem não ter certeza. Sobre a resposta do presidente americano ante a pandemia, 57% dizem desaprovar as medidas tomadas pelo governo, índice três pontos maior do que no último levantamento.
Realizada após o anúncio da doença de Trump, a pesquisa deu poucos indícios de um apoio mais amplo ao presidente além de seu grupo central de eleitores. Faltando um mês para a eleição, Biden manteve sua liderança para garantir o voto popular. Mas para ganhar a Presidência, um candidato deve prevalecer em estados suficientes para prevalecer no Colégio Eleitoral, e algumas pesquisas mostram que Trump é quase tão popular quanto Biden nos principais estados.
‘Nível de oxigênio caiu rapidamente’
Em entrevista à Fox News no sábado à noite, o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, contou que a condição de saúde de Trump na sexta-feira era muito pior do que as autoridades haviam tornado público.
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— Posso dizer que o mais importante é que ele está sem febre agora e indo muto bem com seus níveis de saturação de oxigênio. Ontem de manhã estávamos muito preocupados com isso. Ele estava com febre e seu nível de oxigênio havia caído rapidamente. No entanto, em estilo típico, este presidente estava de pé e andando por aí — disse Meadows durante entrevista para a Fox News na noite deste sábado.
A informação de que o presidente Trump não estava fora de perigo e que seu estado de saúde era “muito preocupante” foi passada por Meadows neste sábado. Inicialmente, as declarações foram atribuídas a uma fonte anônima “próxima ao presidente”, mas um vídeo mostrou o chefe de Gabinete se aproximando dos repórteres e pedindo para falar sob anonimato.
Segundo o New York Times, os comentários enfureceram o presidente. Em horas, Trump postou uma mensagem no Twitter dizendo que estava se sentindo bem e à noite liberou um vídeo gravado no hospital. Nele, aparecia um pouco pálido e menos energético do que o habitual, dizendo se sentir melhor e que os próximos dias serão um “teste verdadeiro” sobre a gravidade do seu caso.
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A confusão é retrato da falta de transparência e das declarações contraditórias do governo americano, que só aumentaram as dúvidas sobre a saúde do presidente.