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O ex-presidente do Federal Reserve (Fed) Ben Bernanke e outros dois pesquisadores americanos – Douglas W. Diamond e Philip H. Dybvig – foram premiados com o Nobel de Economia nesta segunda-feira (10) por suas pesquisas sobre bancos e crises financeiras.
As investigações dos vencedores, iniciadas ainda nos anos 1980, mostraram como colapsos bancários exacerbam as crises financeiras. Segundo a Real Academia Sueca de Ciências, essas análises foram de grande importância prática na regulação dos mercados financeiros e no tratamento de crises financeiras.
De acordo com os estudos, para que a economia funcione, a poupança deve ser canalizada para investimentos. Mas há um conflito: os poupadores querem acesso instantâneo ao seu dinheiro em caso de gastos inesperados, enquanto as empresas e os proprietários precisam saber que não serão forçados a pagar seus empréstimos prematuramente.
Diamond e Dybvig mostram em sua teoria como os bancos oferecem uma solução para esse problema. Atuando como intermediários que aceitam depósitos de muitos poupadores, os bancos podem permitir que os depositantes acessem seu dinheiro quando quiserem, ao mesmo tempo em que oferecem empréstimos de longo prazo aos tomadores.
No entanto, a análise mostrou como a combinação dessas duas atividades torna os bancos vulneráveis a rumores sobre seu colapso iminente. Se um grande número de poupadores correr simultaneamente para o banco para retirar seu dinheiro, o boato pode se tornar uma profecia autorrealizável – ocorre uma corrida ao banco, que entra em colapso.
“Essas dinâmicas perigosas podem ser evitadas se o governo fornecer seguro de depósito e atuar como credor de última instância para os bancos”, diz a teoria dos pesquisadores..
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Para Diamond, os bancos desempenham outra função socialmente importante. Como intermediários entre muitos poupadores e mutuários, essas instituições financeiras são mais adequadas para avaliar a qualidade de crédito dos mutuários e garantir que os empréstimos sejam usados para bons investimentos.
Grande Depressão
Ben Bernanke, por sua vez, estudou a Grande Depressão da década de 1930, a pior crise econômica da história moderna. A partir daí, ele mostrou como as corridas bancárias foram um fator decisivo para que a crise se tornasse tão profunda e prolongada.
Segundo sua pesquisa, quando os bancos entraram em colapso, informações valiosas sobre os mutuários foram perdidas e não puderam ser recriadas rapidamente. A capacidade da sociedade de canalizar a poupança para investimentos produtivos foi, assim, severamente diminuída.
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“Os insights dos laureados melhoraram nossa capacidade de evitar crises sérias e resgates caros”, diz Tore Ellingsen, presidente do comitê do Prêmio Nobel em Ciências Econômicas.