BCE também reduz ritmo e eleva juros em 0,50%; prevê aumentar as taxas ‘significativamente’ ainda mais

Em suas duas reuniões anteriores, a decisão tinha sido por uma alta de 0,75%; a inflação continua muito alta e deve permanecer acima da meta

Roberto de Lira

Fachada do Banco Central Europeu (Shutterstock)
Fachada do Banco Central Europeu (Shutterstock)

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A exemplo do que fizeram o Federal Reserve na quarta-feira (14) e o Banco da Inglaterra (BoE) mais cedo nesta quinta-feira (15), o Banco Central Europeu (BCE) decidiu reduzir o ritmo de alta de suas taxas de juros e optou por uma elevação de 50 pontos-base em sua reunião de hoje. Em suas duas reuniões anteriores, a decisão tinha sido por uma alta de 0,75%.

A taxa de refinanciamento subiu de 2% para 2,50%; a taxa sobre depósitos de 1,5% para 2,0%; e a taxa sobre empréstimos marginais de 2,25% para 2,75%.

O BCE disse que espera aumentar as taxas significativamente ainda mais, porque a inflação continua muito alta e deve permanecer acima da meta por muito tempo.

Segundo o comunicado do BCE, “manter as taxas de juros em níveis restritivos reduzirá com o tempo a inflação ao amortecer a demanda e também protegerá contra o risco de uma mudança persistente para cima nas expectativas de inflação.”

Projeções de inflação

O BCE comentou ainda que a inflação ao consumidor (CPI) no bloco foi de 10,0% em novembro, ligeiramente abaixo dos 10,6% registrados em outubro. Essa queda resultou principalmente da menor inflação dos preços de energia. Mas a inflação dos preços dos alimentos e as pressões de preços subjacentes em toda a economia se fortaleceram e persistirão por algum tempo, alertou o Banco Central

As projeções de inflação fora elevadas, para 8,4% em 2022, caindo para 6,3% em 2023. A taxa projetada para 2024 é de 3,4% e a de 2025 está em 2,3% em 2025. Excluindo energia e alimentos, a inflação projetada para 2022 é de 3,9%, em média,, subindo para 4,2% em 2023. Esse núcleo deve cair para 2,8%, em 2024, e para 2,4%, em 2025.

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Economia em contração

O Banco Central Europeu espera que a economia da Zona do Euro deve se contrair trimestre em curso e no próximo, devido à crise energética, elevadas incertezas, enfraquecimento da atividade econômica global e condições de financiamento mais restritivas.

De acordo com as últimas projeções dos especialistas do Eurosistema, uma possível recessão seria relativamente curta e superficial. No entanto, espera-se que o crescimento seja moderado no próximo ano. As projeções agora veem a economia crescendo 3,4% em 2022, 0,5%, em 2023, 1,9%, em 2024, e 1,8%, em 2025.

O Comitê do BCE também discutiu hoje os princípios para a normalização dos títulos de política monetária detidos pelo Eurosistema. A partir do início de março de 2023, a carteira do programa de compra de ativos (APP) diminuirá a um ritmo previsível, uma vez que o Eurosistema não reinvestirá a totalidade dos pagamentos de principal de títulos a vencer.

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A queda será de 15 bilhões de euros por mês em média até o final do segundo trimestre de 2023 e seu ritmo subsequente será determinado ao longo do tempo.