BCE pode impor mais altas significativas de juros após março, diz presidente do BC alemão

Joachim Nagel acredita a inflação deverá diminuir gradualmente, mas ressaltou que as pressões de preços subjacentes continuam muito fortes

Estadão Conteúdo

Sede do BCE, em Frankfurt, na Alemanha
Sede do BCE, em Frankfurt, na Alemanha

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O Banco Central Europeu (BCE) poderá ter de implementar altas mais significativas na taxa de juros depois da reunião de política monetária deste mês, reconheceu nesta quarta-feira (1) Joachim Nagel, que preside o Bundesbank (o Banco Central alemão) e faz parte do comitê do BCE.

No começo de fevereiro, o BC europeu elevou seus juros básicos em 50 pontos-base e previu mais um aumento da mesma magnitude para março.

Nagel também afirmou que os juros precisam ser mais altos para que a inflação da zona do euro volte à meta de 2%.

“Para conseguir isso, precisamos que as taxas de juros estejam em um nível suficientemente alto. E precisamos manter esse nível até que os dados e as projeções nos forneçam evidências suficientes de que a inflação está voltando para nossa meta”, disse Nagel, em discurso introdutório para o lançamento do relatório anual do Bundesbank.

Ele disse ainda que cortes de juros não fariam sentido antes da queda também do núcleo da inflação, que desconsidera preços de energia e alimentos. Ele previu que a inflação deverá diminuir gradualmente, mas ressaltou que as pressões de preços subjacentes continuam muito altas.

Nagel também disse ser a favor de que o BCE reduza a carteira de seu programa de compra de ativos (APP, pela sigla em inglês) em ritmo mais intenso a partir de julho.