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A inflação acumulada em doze meses no Brasil deve permanecer próxima ao limite superior do intervalo de tolerância nos próximos meses, em meio a taxas mensais mais elevadas, estimou o Banco Central do Brasil em seu Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (26).
Por conta disso a trajetória considerada para a taxa Selic no cenário de referência do BC, extraída da pesquisa Focus, é de subida de juros para as próximas reuniões, em contraste com a trajetória do Relatório anterior, que era de manutenção.
Segundo o relatório, pelo cenário de referência do BC, a inflação, depois de subir no segundo e terceiro trimestres de 2024, deve retomar uma trajetória de declínio, mas ainda permanecerá acima da meta.
Nesse cenário, que utiliza taxa Selic da pesquisa Focus e taxa de câmbio seguindo a PPC, a inflação acumulada em quatro trimestres, vai recuar de 4,6% em 2023 para 4,3% em 2024, para 3,7% em 2025 e para 3,3% em 2026 – isso diante de uma meta de 3,00%.
No horizonte relevante de política monetária, atualmente em seis trimestres à frente, correspondendo ao primeiro trimestre de 2026, a inflação projetada é de 3,5%, conforme mostrado na última ata do Copom.
O relatório comenta que, na comparação com o texto do trimestre anterior, as projeções de inflação subiram em todo o horizonte apresentado, aumentando assim o distanciamento em relação à meta.
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A elevação das projeções variou entre 0,1 e 0,5 ponto percentual. A projeção para o primeiro trimestre de 2026, por exemplo, aumentou 0,2 p.p. em relação ao relatório anterior. Nesse horizonte, contribuíram tanto as projeções de preços livres como de administrados.
Na comparação com as projeções de inflação da reunião do Copom em julho (264ª reunião), houve aumento de 0,1 p.p. para o mesmo trimestre.
Hiato do produto positivo
O aumento da projeção de inflação no horizonte relevante resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado, da depreciação cambial e do aumento das expectativas de inflação. O hiato do produto utilizado no cenário de referência foi reavaliado para cima, passando de valores em torno da neutralidade para valores no campo positivo.
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Esse chamado hiato, que é a diferença entre o PIB efetivamente realizado e o PIB potencial, é estimado em torno de 0,5% para o segundo e terceiro trimestres de 2024, valores superiores aos utilizados no Relatório anterior, de 0,0% e -0,2%, respectivamente.
O hiato do produto estimado para o último trimestre de 2024 é de 0,3%, portanto, superior ao projetado no Relatório anterior, de -0,4%. Para o primeiro trimestre de 2026, projeta-se hiato de -0,3%.
“Nas projeções do hiato do produto, as condições monetárias restritivas desempenham papel fundamental na redução dos níveis projetados. Ressalta-se que, em virtude da elevada incerteza existente nas estimativas do hiato do produto, o Copom avalia projeções com diferentes estimativas e cenários para essa variável”.