BC melhora projeção de crescimento do PIB, mas piora estimativa das contas externas

Previsão para o PIB de 2024 avançou de 1,9% em março para 2,3% em junho; estimativa para o déficit corrente foi a US$ 53 bilhões e a do investimento direto caiu para US$ 65 bilhões

Reuters

Colheita de soja em Sorriso, no Mato Grosso - 19/03/2004 (Foto/Paulo Whitaker/Reuters)
Colheita de soja em Sorriso, no Mato Grosso - 19/03/2004 (Foto/Paulo Whitaker/Reuters)

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Brasília (Reuters) – O Banco Central melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2024 para 2,3%, ante uma alta de 1,9% estimada em março, conforme o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (27).

O Ministério da Fazenda, por sua vez, prevê expansão de 2,5% para o PIB este ano, apesar de observar incertezas relacionadas aos efeitos do desastre provocado pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 2,09% em 2024.

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Inflação

No relatório, o BC afirmou que a inflação recuou nos últimos três meses, mas em ritmo menor que o projetado em seu cenário de referência, com uma surpresa de 0,14 ponto percentual para cima, principalmente pela alta de alimentos.

O BC destacou que a desancoragem das expectativas de inflação aumentou, apontando também elevação em suas próprias projeções para a evolução dos preços. “Para o horizonte relevante, o aumento resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado”, informou.

Também contribuíram para a alta das projeções, entre outros pontos, o aumento das expectativas de inflação, a depreciação cambial e a utilização de taxa de juros neutra maior. “Por outro lado, o aumento da taxa de juros real foi fundamental para evitar um aumento mais significativo na projeção”, afirmou.

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Na reunião deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) piorou suas próprias projeções para o comportamento dos preços, informando que a estimativa para a inflação de 2024 foi de 3,8%, no encontro de maio, para 4,0%, com a previsão de 2025 indo de 3,3% para 3,4% em seu cenário de referência

Em relação à condução dos juros básicos, o BC reiterou mensagem da Copom de que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

Déficit corrente maior, investimento direto menor

Mas o Banco Central piorou sua estimativa para o resultado das transações correntes neste ano, passando a ver um saldo negativo de US$ 53 bilhões, ante o rombo de US$ 48 bilhões projetado em março.

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No Relatório Trimestral de Inflação, o BC baixou para US$ 65 bilhões a perspectiva para os Investimentos Diretos no País (IDP) em 2024, ante US$ 70 bilhões de dólares antes.

Nas contas do BC, a balança comercial terá superávit de US$ 59 bilhões neste ano, mesma estimativa de março. A despesa líquida com viagens, por sua vez, foi estimada em US$ 9 bilhões, contra projeção de US$ 12 bilhões  feita em março.

Crédito

O BC prevê também um crescimento do crédito no país de 10,8% este ano, ante estimativa de 9,4% feita em março, conforme os dados do Relatório.

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Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 11,0% em 2024, ante expectativa anterior de 10,2%. Para as empresas, a alta foi calculada em 10,5%, ante 8,0% no último relatório.

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 10,0% (+8,9% antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 12,0% (+10,0% antes).