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Tóquio (Reuters) – O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que o banco central não responderá diretamente a movimentos da moeda ao definir a política monetária, afastando as especulações do mercado de que as fortes quedas do iene poderiam forçá-lo a defender um aumento da taxa de juros.
Ueda manteve seu otimismo em relação às perspectivas salariais e sinalizou a possibilidade de outro aumento dos juros se a tendência da inflação, que ainda está abaixo de 2%, aproximar-se desse nível conforme projetado.
“De forma alguma mudaremos a política monetária diretamente em resposta aos movimentos da taxa de câmbio”, disse Ueda ao Parlamento, quando perguntado por um parlamentar da oposição se os movimentos do iene teriam algum impacto na decisão do Banco do Japão sobre o momento do próximo aumento de juros.
Iene perto da mínima histórica
O iene fraco pode elevar os preços das importações, mas isso, por si só, também não desencadeará um aumento da taxa de juros, disse Ueda, enfatizando que a chave é saber se essa pressão de alta dos preços afetaria a inflação e o crescimento dos salários.
“Se houver um risco de que os salários e a inflação possam aumentar mais do que o esperado e elevar a tendência da inflação acima de 2%, talvez precisemos considerar uma mudança na política monetária”, disse ele nesta quarta-feira.
O iene tem apresentado tendência de baixa desde a histórica mudança de política monetária do Banco do Japão, que pôs fim a oito anos de taxas de juros negativas, já que os mercados interpretaram sua orientação “dovish” como um sinal de que novos aumentos de juros ainda demorarão um pouco.
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O iene estava em 151,80 em relação ao dólar nesta quarta-feira, perto da mínima de 34 anos de 151,975 atingida no mês passado, atraindo alertas das autoridades de Tóquio sobre a possibilidade de intervenção cambial para compra de ienes.