BC da China anuncia estímulos, incluindo redução de compulsório e hipotecas

A redução média nas taxas de hipoteca para empréstimos imobiliários existentes deve ficar em torno de 0,5 ponto percentual, o que deve beneficiar 50 milhões de famílias

Roberto de Lira

Sede do banco central da China em Pequim  (Foto: Jason Lee/Reuters)
Sede do banco central da China em Pequim (Foto: Jason Lee/Reuters)

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O PBoC, o Banco Central da China, anunciou nesta terça-feira (24) uma série de medidas para tentar alavancar a economia. Em coletiva de imprensa, o presidente da autoridade monetária, Pan Gongsheng, listou entre as medidas uma redução do compulsório RRR – a quantidade de dinheiro que os bancos precisam ter em mãos – e que as taxas de hipoteca dos empréstimos imobiliários existentes vão cair para um nível semelhante ao dos empréstimos imobiliários recém-emitidos.

Segundo a CNBC, Pan não indicou exatamente quando o BC vai afrouxar a política monetária, mas disse que será no curto prazo. Dependendo das condições, pode haver outro corte de 0,25 a 0,5 pontos-base até o final do ano, revelou.

A redução média nas taxas de hipoteca para empréstimos imobiliários existentes deve ficar em torno de 0,5 ponto percentual, disse ele em entrevista coletiva, segundo a agência estatal Xinhua.

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“A nova política, que é propícia para reduzir ainda mais as despesas com juros hipotecários dos mutuários, deve beneficiar 50 milhões de famílias, ou uma população de 150 milhões”, disse Pan.

Espera-se que essa medida reduza as despesas totais com juros para as famílias em aproximadamente 150 bilhões de yuans (cerca de US$ 21,27 bilhões) por ano, em média, o que ajudará a impulsionar o consumo e o investimento, acrescentou.

A taxa mínima de entrada para primeira e segunda residências será unificada, com a taxa mínima de entrada nacional para segundas residências a ser reduzida de 25% para 15%, disse Pan.

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Em 17 de maio, a China anunciou o estabelecimento de um mecanismo de reempréstimo de 300 bilhões de yuans que apoia empresas estatais locais a usar esses fundos para comprar casas comerciais para moradias populares.

Pan disse que o PBoC aumentará sua proporção de financiamento na política de reempréstimos de moradias populares, dos 60% originais para 100%. “Esse ajuste ajudará a acelerar a redução do estoque no mercado imobiliário comercial”, disse Pan.

Além disso, foi anunciado que o PBoC reduziria a taxa de recompra de 7 dias em 0,2 ponto percentual.

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Lynn Song, economista-chefe do ING da Grande China, chamou o anúncio do corte da taxa de recompra de “o movimento mais importante” feito durante a coletiva de imprensa.

“Os mercados estavam inclinados a esperar vários cortes de 10 pontos base, então um corte de 20 pb representa um movimento um pouco mais forte do que o esperado”, disse ele em nota na terça-feira. “No entanto, o impacto líquido dependerá de vermos mais cortes à frente ou se o PBOC cair em uma mentalidade de esperar para ver após o pacote de políticas de hoje.”

Para ele, o corte do RRR foi mais um movimento para impulsionar o sentimento, já que o desafio não são os bancos sem fundos para emprestar, mas a demanda limitada por empréstimos, acrescentou Song.

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Mercado de capitais

Entre os anúncios de hoje consta ainda que o órgão regulador de valores mobiliários da China emitirá orientações para a entrada de fundos de médio e longo prazos no mercado e medidas para promover fusões, aquisições e reorganizações.

A instituição apoiará ainda mais o fundo estatal chinês Central Huijin Investment na compra de ações e na expansão do escopo de investimentos.

Além disso, o BC introduziu duas novas ferramentas para impulsionar o mercado de capitais. A primeira – um programa de swap com um tamanho inicial de 500 bilhões de yuans – permite que fundos, seguradoras e corretoras tenham acesso mais fácil a financiamento para comprar ações.

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A segunda oferece até 300 bilhões de yuans em empréstimos baratos do banco central a bancos comerciais para ajudá-los a financiar a compra e recompra de ações de empresas listadas.

(Com Reuters)