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BUENOS AIRES (Reuters) – O banco central da Argentina vai manter a taxa básica de juros em 133% ao ano, informou a autoridade monetária em um comunicado nesta quarta-feira, e irá impor uma nova “paridade móvel” que enfraquece o peso em 2% ao mês após uma forte desvalorização.
O comunicado foi divulgado um dia depois que o ministro da Economia do novo presidente libertário da Argentina, Javier Milei, divulgou um pacote de medidas econômicas para enfrentar o profundo déficit fiscal, a inflação de três dígitos e a escassez de reservas internacionais.
“Todas as ferramentas de política monetária serão orientadas para alcançar a estabilidade monetária e reduzir a inflação”, disse o banco central em um longo comunicado.
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Na terça-feira, o ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou uma série de medidas ortodoxas para lidar com a grave crise financeira, incluindo cortes drásticos nos gastos e uma desvalorização de 54% na taxa de câmbio oficial do peso, para 800 por dólar.
No contexto de uma inflação anual próxima a 180% e pobreza acima de 40%, o governo também disse que cortará os subsídios ao transporte e à energia e reduzirá as obras públicas para eliminar o déficit fiscal.
“Isso nos leva a uma expectativa de déficit zero (…) Fica eliminada a emissão monetária para financiar o Tesouro”, disse o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
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“Precisamos de credibilidade, que não pode ser alcançada gastando mais do que temos (…) Essas são medidas sem opção, não havia opção. Em termos de urgência, foram as medidas certas”, disse ele.
Durante a campanha eleitoral, Milei prometeu eliminar os rígidos controles de capital do país, com várias taxas de câmbio, que foram implementadas para proteger as escassas reservas do banco central. Atualmente, a diferença entre a taxa de câmbio oficial e a do mercado informal é de 191,9%.
“Este governo não ficou com um paciente com dor de dente. Encontramos um paciente em tratamento intensivo prestes a morrer”, disse Adorni.
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O banco central argumentou que o ajuste da taxa de câmbio introduz um “fator novo e importante: o incentivo à produção e às exportações e um desincentivo para continuar aumentando artificialmente as importações. Uma melhora genuína na balança comercial será um motor essencial” para recuperar o nível das reservas internacionais.
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