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Desde a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), os bancos de pequeno porte nos EUA sofreram uma queda recorde no volume de depósitos, mostram dados recentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O volume recuou mais de US$ 100 bilhões, para US$ 5,46 trilhões na semana encerrada em 15 de março – a maior redução desde março de 2007. Poucos dias depois da falência do SVB, o Signature também teve de fechar as portas ao enfrentar uma corrida de saques.
“Hoje, existe dúvida se ainda há outros bancos em condições semelhantes, o que levou a uma corrida irracional tanto por parte dos acionistas como dos depositantes”, diz Carlos Lobo, sócio do escritório de advocacia americano Hughes Hubbard & Reed LLP.
Para a britânica Capital Economics, a preocupação com a fuga de depósitos deveria ser maior do que com a perda de valor de títulos públicos que os bancos possuem em meio à subida de juros nos EUA. Ambos os fatores combinados levaram o SVB, então 16.º maior banco do país, à bancarrota. Depois de algumas tentativas de venda, o banco foi adquirido pelo First Citizens Bank, com mais de US$ 100 bilhões em ativos e uma história de aquisições.
Reguladores americanos têm adotado medidas de emergência para conter a hemorragia de depósitos e garantir liquidez aos bancos. Também foi iniciado um processo de revisão da supervisão e regulamentação do setor, cujos resultados serão divulgados até 1.º de maio. Novas ações estão em estudo, como a extensão da garantia de depósitos, após cobranças do setor e de megainvestidores como Bill Ackman.
O principal pedido é uma garantia, ao menos temporária, para depósitos acima de US$ 250 mil caso a turbulência bancária nos EUA se alastre. A FDIC, uma espécie de Fundo Garantidor de Crédito (FGC) dos EUA, prometeu novidades até 1º de maio.