Avanço do arcabouço fiscal já reflete em queda dos juros longos, diz Campos Neto

O presidente do BC, contudo, não indicou quando a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, poderá começar a cair

Reuters

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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BRASÍLIA (Reuters) – O avanço do arcabouço fiscal impacta as expectativas de inflação e já reflete em um recuo nos juros futuros, disse nesta quinta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também mandou sinal ao governo ao citar estudo da autoridade monetária que mostrou ineficiência de a meta de inflação seguir o ano calendário.

“É muito impressionante esse processo, eu reconheço o grande trabalho que foi feito pelo governo, pelo ministro Haddad e como o Congresso se mobilizou e fez uma votação rápida e tão expressiva em um tema como o arcabouço, que é tão importante para a gente porque influi nas expectativas”, disse.

“E tem influído nas expectativas, a gente vê as taxas de juros longas caindo bastante”, acrescentou.

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Em entrevista à GloboNews, Campos Neto disse que estudo feito no Banco Central há “algum tempo” chegou à conclusão de que havia ineficiência de a meta de inflação seguir o ano fiscal, e não um horizonte contínuo, ponderando que o tema tem divisão grande entre economistas.

No início deste mês, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia defendido expressamente uma “meta contínua” para a inflação. Campos Neto, Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, definirão em junho a meta de inflação de 2026 no Conselho Monetário Nacional e há uma expectativa de que possam aprovar também uma alteração no calendário do regime.

Campos Neto disse que o dado de inflação divulgado nesta quinta-feira veio melhor do que o esperado, assim como os núcleos de inflação, que vieram “um pouco melhor”.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,51% em maio, depois de avançar 0,57% em abril, de acordo com dados do IBGE. O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de uma alta de 0,64%, e marcou a taxa mais baixa desde outubro de 2022.

Segundo Campos Neto, a desinflação tem sido um pouco mais lenta, mas o BC vê sinais positivos, ressaltando que um fortalecimento do real ajuda no processo.

O presidente do BC não indicou quando a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, poderá começar a cair, voltando a dizer que é apenas um voto de nove na diretoria da autoridade monetária.