Auxílios do governo atingiram 43% dos lares do país em junho, ante 38,7% em maio, diz IBGE

O número de famílias assistidas pelas ações emergenciais do governo cresceu cerca de 11% de maio para junho

Pablo Santana

(Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
(Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)

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SÃO PAULO – O número de famílias que receberam algum auxílio do governo referente à pandemia, como o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), saltou 11,7% em um mês, saindo de 26,3 milhões em maio para 29,4 milhões em junho, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD COVID19).

O número representa 43% dos 68,3 milhões domicílios existentes no país, em maio o percentual era de 38,7%. Ainda segundo a pesquisa, o valor médio dos benefícios foi de R$ 881 por domicílio, sendo as regiões Norte e Nordeste as áreas com maior número de famílias assistidas pelas ações, com 60% e 58,9%, respectivamente.

A pesquisa revela ainda que o aumento na renda domiciliar per capita após o recebimento de auxílio emergencial foi relevante em todas as cinco regiões do país.

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Cerca de 104,5 milhões de pessoas, quase metade da população do país, vivem em domicílios onde pelo menos um morador recebia auxílio emergencial. Nas faixas de renda mais baixas, com renda domiciliar per capita de até R$ 50,34 por mês, 83,5% das pessoas em junho viviam em domicílios que receberam o benefício. Em maio o percentual era de 81,1%.

O auxílio emergencial atingiu cerca de 80% das famílias com renda per capita até R$ 242,15 por mês e três quartos dos domicílios com rendimentos mensais de até R$ 354,18. Entre as famílias com renda domiciliar per capita de até R$ 665,11 mensais, o auxílio chegou até 74,2% delas.

Desemprego crescendo

A taxa de desocupação acelerou 1,7 ponto percentual de maio para junho chegando à marca de 12,4%. O nível de desocupação cresceu em todas as regiões passando de 11,2% para 13,2% no Nordeste, de 10,9% para 12,9% no Sudeste, de 11,4% para 12,4% no Centro-Oeste, de 11% para 12,3% no Norte e de 8,9% para 10% no Sul.

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Por conta da pandemia, 14,8 milhões dos 83,4 milhões de trabalhadores do país estavam afastados de suas atividades laborais em junho. Desses, cerca de 48,4% ou 7,1 milhões estavam sem remuneração fixa no período. A situação é ainda mais preocupante na região Nordeste, que conta com mais da metade das pessoas afastadas do trabalho (51,8%) sem renda.

A proporção de pessoas temporariamente afastadas das suas atividades de trabalho devido à pandemia está caindo em todo o país. O percentual saiu de 18,6% para 14,2% dos ocupados, de maio para junho, totalizando 11,8 milhões de pessoas.

O Nordeste apresentou o maior percentual de pessoas afastadas devido às medidas de distanciamento social (20,2%), seguido pela região Norte, (17,1%), enquanto o Sul foi a região menos atingida (7,8%).

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Covid

Em junho, 15,5 milhões de pessoas (ou 7,3% da população) relataram apresentar algum dos sintomas de síndromes gripais. Em maio, foram 11,4% dos brasileiros com algum sintoma (24 milhões).

Em relação aos sintomas conjugados de síndrome gripal que podiam estar associados à Covid-19 (perda de cheiro ou sabor ou febre, tosse e dificuldade de respirar ou febre, tosse e dor no peito), cerca de 2,4 milhões de pessoas (ou 1,1% da população) apresentaram esses sintomas, contra 4,2 milhões em maio (2,0% da população).

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Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios