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SÃO PAULO – Nesta quarta-feira (30), a Argentina anunciou a aprovação do uso emergencial da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica britânica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. A decisão foi divulgada horas depois de o Reino Unido também ter aprovado o uso emergencial do imunizante.
“O pedido apresentado (…) tem um balanço aceitável entre benefício e risco, permitindo sustentar a outorga de inscrição e autorização condicional”, afirmou a Administración Nacional de Medicamentos, Alimentos y Tecnología Médica (Anmat), órgão argentino análogo à Anvisa, em comunicado reproduzido pelo jornal argentino La Nación.
A autorização tem validade de um ano. Também segundo o periódico, o governo argentino firmou contrato com a AstraZeneca para receber 22,4 milhões de doses do imunizante no primeiro semestre de 2021.
A Anmat já havia aprovado o uso emergencial da vacina produzida pelos laboratórios Pfizer e BioNTech. O órgão também concedeu uma recomendação positiva ao Ministério da Saúde sobre a vacina Sputnik V, desenvolvida pelo laboratório russo Gamaleya. Após a aprovação, o próprio Ministério da Saúde argentino autorizou o uso emergencial da vacina russa.
O país começou sua vacinação nesta terça-feira (29), usando a Sputnik V. Na primeira fase, a campanha será destinada a 23,1 mil profissionais de saúde em todas as províncias do país. Trabalhadores de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), dos laboratórios que manuseiam amostras de Covid-19 e socorristas também estão autorizados a receberem essa primeira dose.
A Argentina tem 300 mil doses da Sputnik V, por enquanto. Pela divisão realizada pelo governo, a província de Buenos Aires deve receber 123 mil doses nesta primeira etapa de vacinação, número que representa quase metade do primeiro carregamento.
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A expectativa do governo é imunizar 10 milhões de argentinos até fevereiro. Na Argentina como um todo, são quase 1,6 milhão de casos de Covid-19 e 42.868 óbitos, de acordo com o Instituto John Hopkins.
A vacina AstraZeneca/Oxford no Brasil
Também nesta quarta-feira, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou que a entrega final de documentos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para registro da vacina AstraZeneca/Oxford no Brasil deve ser feita até 15 de janeiro.
Segundo a agenda oficial da diretoria da Anvisa, representantes da AstraZeneca se reuniram com oficiais da agência reguladora brasileira nesta manhã. Durante o encontro, as partes discutiram a submissão da autorização para uso emergencial da vacina.
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Ainda não há pedido de registro da vacina ou de autorização para uso emergencial junto à Anvisa. Foi informado que esse pedido emergencial para uso da vacina AstraZeneca/Oxford será feito pela Fiocruz.
O Brasil já fechou acordo com a AstraZeneca para comprar doses da vacina e para obter transferência da tecnologia, com posterior produção nacional do imunizante pela Fiocruz. A vacina AstraZeneca/Oxford é considerada vital para países em desenvolvimento e para regiões de clima quente por ser mais barata, de transporte mais fácil e por poder ser armazenada por longos períodos em temperaturas normais de refrigeração.
Dados de estudos avançados da AstraZeneca no Reino Unido e no Brasil, publicados no início de dezembro, mostraram que a vacina tinha eficácia de 62% para participantes do teste que receberam duas doses completas e de 90% para um subgrupo menor, que recebeu metade de uma dose e depois uma dose inteira.
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A vacinação contra a Covid-19 pode começar no Brasil em 20 de janeiro, segundo o Ministério da Saúde. Se não for possível, em um cenário “médio”, a imunização poderia ter início entre esta data e 10 de fevereiro. Em um cenário menos favorável, a vacinação no Brasil poderá ocorrer a partir de 10 de fevereiro.
As primeiras doses da vacina AstraZeneca/Oxford estarão disponíveis na semana do dia 8 de fevereiro de 2021. Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, afirmou em audiência na Câmara dos Deputados que, na semana de 8 a 12 de fevereiro e na semana de 15 a 19 de fevereiro, serão entregues 1 milhão de doses. A partir da terceira semana, de 22 a 26 de fevereiro, serão 700 mil doses da vacina por dia útil, totalizando 3,5 milhões de doses por semana. Essa programação, no entanto, dependerá do registro dos imunizantes pela Anvisa.
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