Após PPI mais forte em janeiro, Goldman Sachs prevê que Fed fará três aumentos de 25 pontos-base nos juros

Previsão é baseada em expectativa de inflação elevada em serviços médicos, passagens aéreas internacionais, serviços financeiros e medicamentos

Roberto de Lira

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O aumento de 0,7% no Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em janeiro, anunciado na quinta-feira (16), começou a acender um alerta entre os analistas de mercado e já mexe com previsões sobre as futuras ações do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA). O Goldman Sachs, por exemplo, prevê agora mais três aumentos de 25 pontos-base nos juros em março, maio e junho, o que coloca a taxa terminal entre 5,25% e 5,5%.

Antes da divulgação da inflação ao produtor, havia um consenso de uma alta de 0,25 ponto porcentual em março e as opiniões ainda estavam divididas se o Fed iria optar por manter isso em maio, interrompendo o atual ciclo mais restritivo a partir de então.

O Goldman Sachs informou que sua revisão foi motivada pela expectativa que uma inflação elevada em serviços médicos, passagens aéreas internacionais, serviços financeiros e medicamentos prescritos impulsione o núcleo da inflação ao consumidor em janeiro.

“Estimamos que o núcleo do índice de preços do PCE subiu 0,55% em janeiro, correspondendo a uma taxa ano a ano de +4,50%. Além disso, esperamos que o índice de preços do PCE tenha aumentado 0,60% em janeiro, ou 5,10% em relação ao ano anterior”, previu o banco de investimentos.

Sobre os dados do PPI de janeiro, o banco destacou que as margens do varejo aumentaram 0,2%, e que indicador excluindo alimentos, energia e serviços comerciais aumentou 0,6% no mês. Pela metodologia antiga, o núcleo do PPI, que exclui alimentos e energia, subiu 0,7%. Os preços do núcleo do produtor intermediário diminuíram 0,2% e os preços dos materiais brutos menos alimentos e energia aumentaram 0,9%.