América Latina e Caribe precisam elevar produtividade para atingir resiliência, diz BID

Relatório do banco de desenvolvimento destaca que economia da região cresceu acima do previsto em 2023, mas que países ainda precisam combater ineficiências estruturais

Roberto de Lira

Bandeiras de países da América Latina (Foto: Shutterstock)
Bandeiras de países da América Latina (Foto: Shutterstock)

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Os países da América Latina e do Caribe mostraram uma força acima das projeções em 2023, mas devem sofrer impactos do momento econômico mais desafiador e reduzir seu ímpeto em 2024. Para garantir mais resiliência a choques e alcançar um crescimento sustentável, é essencial que essas nações promovam reformas buscando aumentar sua produtividade.

A recomendação está no relatório “Pronto para decolar? Aproveitando a estabilidade macroeconômica para o crescimento”, que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicou nesta segunda-feira (11).

“Embora os países da América Latina e do Caribe estejam prontos para contribuir para a demanda mundial em setores críticos como segurança alimentar, energias renováveis e mudanças climáticas, ainda precisam avançar nas reformas para aumentar a produtividade, melhorar a resiliência econômica e promover o crescimento sustentável”, disse em nota Eric Parrado, economista-chefe e gerente geral do Departamento de Pesquisa do BID.

De acordo com o relatório, as políticas de estabilização macroeconômica na região foram bem executadas na sequência da crise da pandemia de covid-19. A região cresceu 2,1% em 2023, superando as estimativas iniciais de 1%.

Mas a previsão é que a economia regional cresça apenas 1,6% em 2024, antes de se recuperar para 2% em 2025.

Também foi citado o sucesso no combate à inflação na região no ano passado, após “aumentos oportunos e robustos das taxas de juros por parte dos bancos centrais”, que levaram a taxa de inflação anual média para 3,8% em dezembro do ano passado. Ao mesmo tempo, os déficits fiscais primários se equilibraram quando os gastos para mitigar os efeitos da pandemia diminuíram.

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Desafio da produtividade

O principal fator que contribui para o crescimento mais lento dos países da América Latina e Caribe é sua defasagem na produtividade agregada. Os países da região apresentam consistentemente PIB per capita mais baixo em comparação com as nações mais ricas e essa disparidade é atribuída em grande parte a níveis mais baixos da Produtividade Total dos Fatores (PTF), uma medida de eficiência que captura a eficácia com que os insumos são convertidos em produto em uma

O estudo diz que essa conclusão deriva do exame de dois componentes cruciais que afetam o produto agregado: o capital humano e o capital físico.

O capital humano é avaliado com base na média de anos de escolaridade em diferentes países, sem levar em conta sua qualidade. Além disso, a forma como o estoque total de capital físico é distribuído entre várias empresas da economia pode influenciar significativamente a produção de um país.

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O estudo do BID defende que enfrentar esses desafios requer uma abordagem abrangente, com resiliência da educação, abertura comercial, reformas regulatórias e competitividade do mercado de crédito se configurando como pedras angulares das políticas necessárias.

“Ao enfrentar essas complexidades, os formuladores de políticas da América Latina e Caribe podem promover um ambiente propício ao crescimento econômico sustentado e inclusivo”, diz o relatório.