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Os países da América Latina e do Caribe mostraram uma força acima das projeções em 2023, mas devem sofrer impactos do momento econômico mais desafiador e reduzir seu ímpeto em 2024. Para garantir mais resiliência a choques e alcançar um crescimento sustentável, é essencial que essas nações promovam reformas buscando aumentar sua produtividade.
A recomendação está no relatório “Pronto para decolar? Aproveitando a estabilidade macroeconômica para o crescimento”, que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicou nesta segunda-feira (11).
“Embora os países da América Latina e do Caribe estejam prontos para contribuir para a demanda mundial em setores críticos como segurança alimentar, energias renováveis e mudanças climáticas, ainda precisam avançar nas reformas para aumentar a produtividade, melhorar a resiliência econômica e promover o crescimento sustentável”, disse em nota Eric Parrado, economista-chefe e gerente geral do Departamento de Pesquisa do BID.
De acordo com o relatório, as políticas de estabilização macroeconômica na região foram bem executadas na sequência da crise da pandemia de covid-19. A região cresceu 2,1% em 2023, superando as estimativas iniciais de 1%.
Mas a previsão é que a economia regional cresça apenas 1,6% em 2024, antes de se recuperar para 2% em 2025.
Também foi citado o sucesso no combate à inflação na região no ano passado, após “aumentos oportunos e robustos das taxas de juros por parte dos bancos centrais”, que levaram a taxa de inflação anual média para 3,8% em dezembro do ano passado. Ao mesmo tempo, os déficits fiscais primários se equilibraram quando os gastos para mitigar os efeitos da pandemia diminuíram.
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Desafio da produtividade
O principal fator que contribui para o crescimento mais lento dos países da América Latina e Caribe é sua defasagem na produtividade agregada. Os países da região apresentam consistentemente PIB per capita mais baixo em comparação com as nações mais ricas e essa disparidade é atribuída em grande parte a níveis mais baixos da Produtividade Total dos Fatores (PTF), uma medida de eficiência que captura a eficácia com que os insumos são convertidos em produto em uma
O estudo diz que essa conclusão deriva do exame de dois componentes cruciais que afetam o produto agregado: o capital humano e o capital físico.
O capital humano é avaliado com base na média de anos de escolaridade em diferentes países, sem levar em conta sua qualidade. Além disso, a forma como o estoque total de capital físico é distribuído entre várias empresas da economia pode influenciar significativamente a produção de um país.
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O estudo do BID defende que enfrentar esses desafios requer uma abordagem abrangente, com resiliência da educação, abertura comercial, reformas regulatórias e competitividade do mercado de crédito se configurando como pedras angulares das políticas necessárias.
“Ao enfrentar essas complexidades, os formuladores de políticas da América Latina e Caribe podem promover um ambiente propício ao crescimento econômico sustentado e inclusivo”, diz o relatório.