Alta do PIB não é suficiente para consolidação fiscal do Brasil, diz Moody’s

Analista sênior da agência afirmou que o país precisa de mais medidas "do lado dos gastos"

Reuters

Bandeira do Brasil (Foto: Bia Santana/Pexels)
Bandeira do Brasil (Foto: Bia Santana/Pexels)

Publicidade

A vice-presidente e analista sênior da agência de classificação de risco Moody’s Ratings, Samar Maziad, afirmou nesta quarta-feira (7) que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não vai ser suficiente para que o Brasil promova a consolidação fiscal, defendendo ações do governo também do lado das despesas.

“Assumindo que a dinâmica de crescimento permaneça como esperamos, com 2% ou 2,5% (de alta do PIB)… isso vai facilitar a consolidação fiscal, mas sozinho não vai ser o suficiente”, comentou Maziad, em entrevista a jornalistas após evento da Moody’s em São Paulo.

“Também precisamos de uma melhora do lado fiscal”, acrescentou, defendendo ajustes “do lado dos gastos”.

LISTA GRATUITA

Ações Fora do Radar

Garanta seu acesso gratuito a lista mensal de ações que entregou retornos 5x superior ao Ibovespa

A analista disse ainda acreditar que, para 2025, o governo precisará adotar mais medidas na área fiscal.

Em maio deste ano, a Moody’s anunciou a manutenção do rating de crédito do Brasil em Ba2, mas alterou a perspectiva do país de “estável” para “positiva”. A nota mantém o país ainda na categoria de grau especulativo, que sinaliza risco maior para o investidor.

Questionada sobre quando a agência poderá novamente anunciar mudanças no rating brasileiro, Maziad afirmou que não há datas específicas para isso, mas que tipicamente novos anúncios são feitos após 12 meses.

Continua depois da publicidade

Ela reforçou, ao tratar do rating, que a agência gostaria de ver uma “melhoria na performance fiscal” do país e disse que isso passa pelo atingimento da meta fiscal, além da melhora da composição de gastos.

Durante a coletiva, Maziad minimizou eventuais impactos da volatilidade global sobre o rating soberano do Brasil. “Corporações podem ser impactadas pela volatilidade, mas sob a perspectiva do rating soberano… não é relevante”, disse.

A executiva também minimizou possíveis impactos da mudança de comando do Banco Central do Brasil a partir de 2025, após a saída do atual presidente, Roberto Campos Neto. Segundo ela, é normal haver uma transição quando um mandato termina, mas a agência acredita que o BC vai continuar perseguindo a meta de inflação.