Alta de salários não prejudica corte de juros pelo BCE em junho, diz Nagel

O BCE tem sinalizado corte de juros no próximo mês, mas alta nos salários negociados em todo o bloco monetário obscureceu as perspectivas; presidente do banco central alemão diz que índice é retrospectivo

Reuters

Vista da sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, na Alemanha (Foto: Wolfgang Rattay/Reuters)
Vista da sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, na Alemanha (Foto: Wolfgang Rattay/Reuters)

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Stresa, Itália (Reuters) – O recente aumento em um importante indicador salarial da zona do euro não é particularmente preocupante e o Banco Central Europeu (BCE) deve estar em posição de cortar as taxas de juros em 6 de junho, disse o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, nesta sexta-feira (24).

Há muito tempo o BCE vem sinalizando um corte de juros no próximo mês, mas uma alta no crescimento dos salários negociados em todo o bloco monetário de 20 países, um indicador há muito esperado das pressões sobre os preços, obscureceu as perspectivas.

Nagel minimizou os números, que mostraram um aumento de 4,5% para 4,7%, argumentando que esse é um indicador retrospectivo e que espera tendências benignas no futuro.

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“Se as coisas continuarem como estão, aumenta a probabilidade de que possamos dar o primeiro passo nos juros em junho”, disse Nagel em uma coletiva de imprensa à margem de uma conferência dos ministros das Finanças do G7 em Stresa, na Itália.

Nagel disse que espera que as tendências salariais se “achatem”, o que pode ser um alívio para a inflação.

Mas ele também reiterou sua mensagem anterior de que o corte das taxas de juros em junho não traz nenhum tipo de compromisso sobre ajustes subsequentes, uma vez que as decisões do BCE serão baseadas nos dados recebidos, sem qualquer automatismo, uma mudança em relação ao passado recente, quando o BCE frequentemente sinalizava os movimentos esperados.

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Os mercados abandonaram a perspectiva de um rápido corte posterior e agora veem apenas mais uma redução dos juros após junho, uma grande mudança em comparação com o início deste ano, quando previam até seis movimentos.

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