Abrasce esclarece que não haverá isenção de aluguel em shopping, apenas adiamento

"Acreditamos que a melhor prática no setor é não cobrar o aluguel agora e discutir posteriormente", disse o presidente da entidade

Estadão Conteúdo

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A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), que representa as donas das redes de centros de compras, como BRMalls, Iguatemi, Multiplan, entre outras, esclareceu que a cobrança de aluguel dos lojistas será apenas adiada, e não isenta como anunciou mais cedo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

O presidente da Abrasce, Glauco Humai, esclareceu em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a recomendação para as redes de shoppings é que o aluguel seja postergado nesse período de crise provocada pela pandemia global do coronavírus.

Praticamente todos os shoppings do País foram fechados por decretos públicos, zerando as vendas desses estabelecimentos. “Neste momento difícil, nós acreditamos que a melhor prática no setor é não cobrar o aluguel agora e discutir posteriormente. É o momento de entender que o lojista está pressionado, está de cabeça cheia”, contou Humai. “Mas não se trata de isentar o aluguel. Ele continua sendo devido”, frisou.

O presidente da Abrasce ponderou que os contratos entre shoppings e lojistas são individuais, de modo que não cabe a nenhuma associação determinar uma posição comum a ser seguida de modo compulsório. “O que nós recomendamos foi a adoção de boas práticas. Cada shopping é livre para fazer o que quiser”, acrescentou.

O representante das redes de shoppings disse ainda que há um esforço para redução da taxa de condomínio em pelo menos 30%, mas lembrou que não é possível suspender essa cobrança porque há custos fixos com energia, segurança, manutenção e IPTU, por exemplo. “Estamos renegociando contratos para cortar esses custos”.

Humai criticou ainda o comunicado da associação de lojistas, que anunciou a isenção dos aluguéis como fruto de um “acordo”, que, segundo Humai, não aconteceu. “A Alshop disse que teve um entendimento com a Abrasce. Isso não houve, não teve esse entendimento mútuo”, afirmou. “Isso causou um estresse numa relação que já está difícil. Quem fala de aluguel é a Abrasce. Achamos non sense da parte deles”, reclamou.

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A Alshop tem associados de vários portes, como Habib’s, Cacau Show, Pernambucanas, Riachuelo e Polishop, entre outras.

Conforme vem noticiando o Broadcast desde o início do avanço da pandemia no Brasil, os ânimos têm se acirrado entre lojistas e donos de shoppings em torno das medidas para minimizar os impactos do fechamento dos centros de compras.

Na semana passada, associações de lojistas chegaram em falar em um ‘colapso’ do varejo e defenderam moratória de dívidas com donos das redes.

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