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SÃO PAULO – Desde cedo, Fernando Queiroz tinha um único objetivo em sua trajetória profissional: ficar longe dos negócios da família. Mas, quando seu pai e seus tios compraram a massa falida do frigorífico Minerva (BEEF3), em 1991, Fernando era o único com alguma experiência em exportação.
Aos 24 anos e com um diploma de administração, ele assumiu a frigorífico em Barretos com um plano de exportar carnes. Isso sem ter qualquer cliente no exterior e em um momento em que o Brasil ainda era importador da proteína. “O mercado interno tinha um grau de informalidade muito grande e muita competitividade. Nós vimos o potencial do Brasil como exportador”, afirmou Queiroz em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo.
A trajetória da companhia, hoje maior exportadora de carne bovina da América do Sul, é tema do episódio 88 do Do Zero ao Topo. É possível seguir o programa e escutar a entrevista completa via ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox, Amazon Music e outros agregadores de áudio do país. Em 2020, a Minerva faturou 19,4 bilhões. Com unidades de abate no Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Colômbia, a empresa exporta para mais de 100 países.
A disciplina para crescer
Para desenvolver a companhia, Queiroz focou em três pilares: disciplina de custos, logística e gestão de risco. Ainda que quisesse ganhar o mercado internacional no início dos anos 1990 o primeiro ciclo de logística e gestão de risco foi focado no mercado interno. “Já que tínhamos dificuldade em acessar o mercado externo, transformamos a dificuldade em oportunidade: nenhuma indústria grande do Brasil ia olhar para a gente, então focamos no pequeno e médio do varejo e do food service“, disse.
Queiroz aproveitou a cadeira de distribuição da Expresso Barretos — a transportadora de carnes de seu pai e tios — para distribuir desde a carne bovina até outros produtos como aves, suínos, e batata frita para o varejista pequeno. Conquistando o dono do mercadinho em lugares mais afastados, Minerva desenvolveu uma rede de logística por todo o país e, sem depender de grandes grupos que poderiam concentrar seu faturamento, a gestão de risco permaneceu sob controle.
Em mercado tão volátil quanto o atual, com pandemias e crises políticas, a gestão de risco é um dos principais pilares da companhia. “A volatilidade pode ser positiva ou negativa para o negócio. Quando você está bem posicionado, a volatilidade é uma oportunidade”, afirmou.
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Para Queiroz, em um cenário de volatilidade uma empresa precisa ter três pilares: informação de qualidade, fóruns de decisão e experimentação. “Em um mercado volátil é preciso experimentar sabendo que você vai errar e vai ter que corrigir a rota. É preciso ter clareza e disciplina de até onde ir, definir seu stop loss, quais os fatores fundamentais que precisa acompanhar e quais fatores são relevantes para o mercado. Não se trata necessariamente de acertar, mas de ter um plano considerando as mudanças. Saber o que fazer e até onde ir em cada um dos possíveis cenários é um diferencial”, ressaltou. Confira a história completa no podcast.
Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.
O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar, David Neeleman, fundador da Azul, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgard Corona, da rede Smart Fit.