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SÃO PAULO – Lucro realizado. Após sete anos, o empresário Flávio Augusto da Silva, que fez sua fortuna com a rede de inglês Wise Up, assinou a venda de seu clube de futebol Orlando City. O comprador é a família Wilf, dona do time de futebol americano Minnesota Vikings.
“As negociações começaram em 2019, demoraram um pouco mais do que o previsto por conta do Covid, mas fechamos”, afirmou Silva em entrevista ao Do Zero ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney.
Quando fechou a compra do clube no fim de 2013, o empreendedor investiu R$ 240 milhões. Ao longo dos anos, mais dois investimentos foram feitos em valores não revelados. O valor da venda é confidencial, mas o site “Sportico”, estima que a família Wilf pagará entre US$ 400 milhões (R$ 2,1 bilhões) e US$ 450 milhões (R$ 2,37 bilhões). “O valor da venda poderia ter sido maior sem o Covid, mas o meu plano já era sair em 2020, atrasou com o Covid, mas mantive o plano”, disse Silva, sem mencionar valores.
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A venda inclui todos os produtos do portfólio da Orlando Sports Holding. Além do time masculino, a holding reúne o time feminino Orlando Pride, o Orlando City B e o Orlando City Stadium. A venda depende da aprovação de órgãos reguladores e a expectativa do empreendedor é de que o negócio seja concluído em cerca de 40 dias.
Mercado em expansão
Flavio Augusto tomou conhecimento do potencial do mercado de futebol nos Estados Unidos de tanto acompanhar os treinos de um de seus filhos. Quando adquiriu o Orlando City, a equipe fazia parte da USL — liga de menor importância nos Estados Unidos.
A missão de Silva foi de conquistar uma franquia da MLS, no que foi a primeira no estado da Flórida. Em 2015, o Orlando entrou para a MLS com o meia Kaká como destaque. Hoje, Alexandre Pato é um dos destaques para 2021. Seu estádio foi inaugurado em 2017, com capacidade para 25 mil pessoas.
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No futebol feminino, a maior conquista do Orlando Pride em termos de atletas foi a chegada de Marta, em 2017, que possui contrato até o ano que vem.
“O mercado europeu está aí há mais de 100 anos, a MLS existe há 25 anos e em 25 anos fez muito. Todos os anos sua audiência cresce e o perfil é o público jovem. A tendência é crescer ano a no e, em algum momento, esse crescimento vai encontrar e passar a Europa. Quanto tempo? Talvez 10, 15 anos”, disse Flavio Augusto quando questionado sobre o avanço do mercado americano em relação ao europeu.
Foco na Wiser
Flavio Augusto confessa que chegou a negociar a compra de um clube inglês em 2015, mas seu foco agora será a Wiser Educação. A holding reúne as marcas Wise up, meuSucesso.com e Buzz Editora e tem como sócios Carlos Wizard e a gestora de ativos alternativos do Itaú, Kinea Investimentos.
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Segundo Silva, o objetivo da holding agora é desenvolver novos cursos online, não só em inglês. “Temos interesse em cursos não regulados que tenham impacto na empregabilidade. Estamos olhando para pós-graduação também. Queremos investir em novos empreendedores e trazê-los para a holding”, afirmou. Segundo o empreendedor áreas como finanças, marketing digital, programação e tecnologia estão no radar. A Wiser possui mais de 40 edtechs mapeadas, dentre elas, algumas com conversas em estágio avançado para aquisição.
Questionado sobre a abertura de capital, o empreendedor ressalta que um IPO continua no radar, mas ainda não há decisão se a oferta acontecerá no Brasil ou exterior.
Disciplina nos investimentos
Para Flavio Augusto, a lição que fica sobre a venda do Orlando City é sobre a importância de analisar o “timing” de entrada e saída em um negócio. “A minha entrada aconteceu quando identifiquei uma oportunidade e lá trás a gente já programou uma saída. Em investimentos, é importante ter disciplina quanto a hora de sair. Podia ser melhor [o valor da venda]? Podia. Mas a disciplina em cumprir a estratégia é fundamental”, explicou.
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Conheça os detalhes da trajetória de Flávio Augusto no podcast Do Zero ao Topo