A administradora que assumiu a empresa da família e transformou em um negócio que faturou R$ 1 bilhão

Preparação para assumir a empresa começou aos 16 anos, com incentivo do avô, o fundador do grupo de empresas do interior de São Paulo

Mariana Amaro

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De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 90% das companhias brasileiras são familiares. E mais: elas responsáveis por empregar 75% dos trabalhadores brasileiros.

Contudo, mesmo diante da importância que as empresas possuem para a economia local (e nacional), 44% não têm um plano de sucessão. A informação é da Pesquisa Global da PwC e pior: 72,4% não apresentam uma sucessão definida para cargos-chave como diretoria e presidência.

Com a Astra e a Japi, indústrias fornecedoras para a construção civil de Jundiaí, no interior de São Paulo, não foi diferente. O grupo de empresas foi fundado por “seu” Francisco Oliva, e, inicialmente, era uma marcenaria, que fabricava armários e gabinetes de madeira. Ainda sob sua gestão, o grupo mudou de direção e passou a produzir assentos sanitários, tanques e outros produtos de plástico.

Com três filhas que não se interessaram pelo negócio, Oliva depositou as esperanças de uma sucessão nos netos, e foi Ana Oliva Bologna quem mais se interessou pelo negócio da família. Aos 16 anos ela passou a cuidar da gestão de uma pequena loja que vendia os produtos da fábrica. “Eu fazia de tudo e aprendi a fechar uma contabilidade. Vi quanto era difícil ganhar dinheiro na vida. E meu vô dizia: ‘você vai entender um balanço pequenininho para depois entender um balanço grande'”, conta Bologna, em entrevista ao Do Zero ao Topo.

Sua preparação para assumir os negócios da família teve um pequeno desvio, quando, durante a faculdade de administração, Ana passou em um estágio em uma corretora e se apaixonou pelo mercado financeiro. A contragosto do avô, também foi trabalhar em um banco, na tesouraria. “Ele ficou chateado, mas para mim foi muito importante porque eu sei que se todos os negócios (da família) quebrarem, eu sou capaz de começar do zero”, relembra.

A pressão para retornar aos negócios da família, no entanto, se intensificaram e ela resolveu voltar para Jundiaí e começar uma espécie de ‘trainee’ nos negócios da família, enquanto seu avô, que era presidente do Conselho de Administração e já havia passado a direção para profissionais, permanecia muito presente na rotina das companhias.

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“Quando meu avô adoeceu, ele já tinha preparado uma sucessão, mas tinha muita coisa, por exemplo, que ele assinava”, relembra Ana. Com o avô hospitalizado, ela precisou tomar uma série de iniciativas para garantir que os negócios não fossem afetados. “De repente eu me vi numa situação, com o eu avô no hospital, tendo que olhar a parte racional, tendo que conversar com a família, tendo que passar procuração…”, afirma.

Apesar de doloroso, o processo de sucessão funcionou. Em 2014, ela se tornou presidente do conselho da Astra e diretora da Japi e, no ano passado, as empresas faturaram, juntas, R$ 1 bilhão.

Ana Oliva Bologna, presidente do conselho da Astra, diretora da Japi e triatleta nas horas vagas é a convidada do episódio 140 do podcast Do Zero ao Topo. O programa está disponível em áudio em ApplePodcastsSpotifyDeezerSpreakerGoogle PodcastCastbox e Amazon Music.

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Sobre o Do Zero ao Topo

A cada episódio, o podcast Do Zero ao Topo conta a história de uma personalidade de destaque no mercado brasileiro. O programa já recebeu nomes como José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; Rony Meisler, da Reserva; o empresário Abílio Diniz; Alcione Albanesi, do Amigos do Bem, Stelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre, e Sérgio Zimerman, da Petz.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.