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Beth Martin é uma designer de Charleston, na Carolina do Sul (EUA), mas, na sua cabeça, está no sul da França fazendo um tour em uma mansão dos anos 1700.
O site imobiliário Zillow é onde Martin tende a fazer um intervalo, procrastinar e imaginar o que compraria se dinheiro não fosse uma questão.
“Eu não vou realmente comprar isso, seja uma casa de US$ 11 milhões ou uma bolsa vintage Hermès de US$ 30.000”, diz Martin, de 40 anos, dando risada. “Mas eu olho para elas. É como eu sonho acordada”.
Martin não está sozinha. Há inclusive um termo para o hobby dela: “dreamscrolling”, ou “sonhar rolando a tela”, segundo a empresa de serviços financeiros Empower.
O novo estudo da Empower descobriu que os norte-americanos passam 2,5 horas por dia, ou 873 horas por ano, olhando as vitrines dos tempos modernos e encarando o que sonham em comprar.
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“É uma saída para tudo que estão sonhando – imaginando a aposentadoria ideal, olhando para casas, escolhendo destinos de férias”, diz Rebecca Rickert, chefe de comunicações da Empower.
É o oposto de “doomscrolling” (“rolagem do negativo”), o termo popularizado pela jornalista canadense Karen K. Ho no auge da pandemia de Covid-19 em meio a tantas notícias ruins.
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Ho – agora uma jornalista sênior no site ARTNews – ficou conhecida como a “senhora que lembra do doomscrolling”, dizendo para as pessoas saírem de seus celulares de vez em quando. Ho sugere que também devemos ter cuidado com o “dreamscrolling”.
Por mais que distraia e divirta, não podemos passar o dia inteiro sonhando com Bali ou com reformas de banheiros de luxo, diz.
“Vale a pena lembrar que a vida real é mais bagunçada do que o que quer que as pessoas estão vendo no celular”, diz. “Proprietários lidando com taxas de juros ou projetos de reformas que não deram certo; influenciadores de viagem sofrendo com a solidão, burnout e logísticas constantes; influenciadores de fitness com dismorfia corporal e dietas restritivas e intermináveis”.
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Desde que você não exagere, o estudo da Empower descobriu que o “dreamscrolling” pode ser positivo para definir o que você quer da vida e planejar ações. Na realidade, 71% das pessoas que responderam a pesquisa disseram que o dreamscrolling as motivou a atingir seus objetivos financeiros, diz Rickert.
Três maneiras para os sonhadores evitarem gastar demais:
- Estabeleça limites
Se você está navegando por casas ou destinos de férias para aliviar o estresse após um dia duro no trabalho, tudo bem. Mas você pode querer reduzir o seu tempo online se esses breves intervalos estão se transformando em várias horas todos os dias, prejudicando sua produtividade. Membros da Gen Z fazem mais isso, passando mais de três horas por dia fazendo “dreamscrolling“.
2. Faça um plano concreto
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Digamos que o “dreamscrolling” o leve a realmente querer fazer uma compra específica ou adquirir alguma experiência. Tomar medidas para chegar lá é quando a coisa fica séria.
“A parte mais recompensadora é usar um sonho como inspiração para um plano de verdade para fazer alguma coisa”, diz Ho. “Descubra quanto dinheiro e energia são necessários e passe pelo processo de economizar e fazer o trabalho envolvido”, afirma Ho, que usou esses parâmetros para planejar uma viagem à França com a sua mãe em setembro.
3. Segure o ímpeto
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Arquive as compras dos seus sonhos para o futuro colocando um item em um carrinho online ou mantendo a aba aberta. Não se empolgue e clique imediatamente em “comprar” porque o custo de todas as compras por impulso chega a incríveis US$ 86.593,40 (R$ 472.306,38) em média, segundo o estudo da Empower.