Vendas em bares e restaurantes tiveram o pior mês do ano em julho

Volume despencou 5,4% em comparação com junho, de acordo com o levantamento do Índice de Abrasel-Stone; férias escolares e ausência de data comemorativa foram responsáveis pelo baixo movimento

Roberto de Lira

Bares e restaurantes viram vendas contraídas em julho (Foto: Ke Vin/Unsplash)
Bares e restaurantes viram vendas contraídas em julho (Foto: Ke Vin/Unsplash)

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O volume de vendas em bares e restaurantes registrou a maior queda do ano em julho, despencando 5,4% em comparação com o mês anterior, de acordo com o levantamento do Índice de Atividade Econômica Abrasel-Stone, divulgado nesta quinta-feira (15). Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 6,3%, a maior registrada até agora em 2024.

Os dados da pesquisa mostraram uma retração mensal em todos os 24 estados analisados, liderados pelo Rio Grande do Sul, com uma queda de 10,5%.

As regiões Sul e Nordeste concentram os estados com as maiores quedas: Paraíba (-8,6%), Rondônia (-8,4%), Piauí (-7,5%), Pará (-6,7%), Rio de Janeiro (-6,7%), Paraná (-6,3%) e Ceará (-6%).

A queda mensal em julho foi explicada por fatores como o período de férias escolares e a comparação desfavorável com junho, que teve da data do Dia dos Namorados no calendário.

Matheus Calvelli, cientista de dados e pesquisador da StoneCo, responsável pelo levantamento, comentou em nota que, após um primeiro semestre difícil, com queda acumulada de 2,1%, os dados de julho  ampliam a tendência retração e abrem o segundo semestre com sinal de cautela. Ele destacou que a queda de 5,4% foi a maior do ano.

“Este movimento ocorre durante um ano bastante volátil e durante um mês sem nenhuma data nacional relevante para o setor. Portanto, mais meses são necessários para a confirmação desta tendência de queda”, ponderou Calvelli.

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Já Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrase, destacou que essa época do ano é historicamente de retração no consumo, com muitas pessoas em férias e nenhuma data comemorativa relevante do ponto de vista nacional.

“O que surpreendeu e preocupa, além da amplitude da queda na comparação com o mês anterior, é a redução expressiva na comparação com julho de 2023. Mas ainda assim temos boa expectativa para o segundo semestre, quando fatores como a queda no desemprego e o pagamento do 13º salário podem trazer mais poder de compra à população”, afirmou.

A pesquisa é elaborada mensalmente pela Associação em parceria com a área de research da Stone e o Instituto Propague.