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O valor total das vendas de novos imóveis registrou uma alta de 8,7% no acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2022. Os dados são do indicador Abrainc-Fipe, levantamento elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) com informações de 20 empresas ligadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
O montante total das vendas em reais, nas quais incorporadoras pesquisadas estão envolvidas, foi impulsionado, principalmente, pelo desempenho de empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que registrou um crescimento de 11% ante 4,1% dos novos imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP).
“À época, as vendas no MAP foram impactadas pela reclassificação de imóveis destinados originalmente ao MCMV, pois o aumento nos custos de construção nos últimos anos fez com que os empreendimentos que antes eram voltados para o MCMV fossem reenquadrados no segmento MAP. Em junho, o reajuste no teto do programa MCMV, que foi elevado para R$ 350 mil, acabou por corrigir essa distorção. Já o valor total dos lançamentos cresceu 6,7%. Neste quesito, o MAP registrou uma retração de 34,5% no valor total dos lançamentos de novos empreendimentos durante o período analisado”, diz a associação, em nota.
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Segundo a Abrainc, os dados apontam que o MAP enfrenta desafios devido às altas taxas de juros, que prejudicam o crescimento das empresas e o acesso aos financiamentos imobiliários pelo SBPE (Sistema Brasileiro Poupança e Empréstimos), pois os juros impactam os financiamentos com o aumento nos custos dos empréstimos, “criando obstáculos significativos”.
Uma solução proposta, de acordo com a pesquisa, é aumentar de 65% para 70% o direcionamento dos recursos da caderneta de poupança para o crédito imobiliário. “Isso poderia tornar os financiamentos mais acessíveis, estimulando o segmento MAP e viabilizando projetos”, diz.
“No entanto, em um contraponto, o MCMV seguiu uma trajetória inversa, com um aumento considerável de 63,8% no valor total nos lançamentos. Esse movimento pode ser interpretado como uma resposta a implantação do Novo MCMV, que facilitou o acesso a moradia as famílias de baixa renda e viabilizou o lançamento de uma série de novos empreendimentos direcionados à população de baixa renda. Esses vão ajudar não somente a gerar emprego como ajudar a reduzir o déficit habitacional atual, que é estimado em 7,8 milhões de moradias“, pondera a Abrainc.
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Na avaliação do presidente da associação, Luiz França, os dados demonstram uma resiliência notável do mercado imobiliário brasileiro, que mesmo em um período de juros altos e desafios econômicos e sociais, manteve uma dinâmica positiva. “Com a economia brasileira ganhando gradualmente força após períodos de instabilidade, o mercado imobiliário navega por águas promissoras. A perspectiva de taxas de juros mais baixas, aliadas a programas governamentais como o Minha Casa Minha Vida devem continuar incentivando os investimentos em habitação”, finaliza o executivo.