Uma semana depois de apagão, Enel diz que restabeleceu 100% da energia em SP

Empresa afirma que segue trabalhando em ocorrências específicas que surgiram nos dias seguintes à tempestade

Anna França

Apagão em SP (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Apagão em SP (Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Uma semana depois da forte tempestade, com rajadas de ventos de mais de 100 quilômetros por hora que atingiram o Estado de São Paulo, a Enel informou que conseguiu restabelecer, nesta sexta-feira (10), o fornecimento de energia para quase 100% dos clientes impactados. Em nota, a empresa afirma que segue trabalhando em ocorrências específicas que surgiram nos dias seguintes à tempestade.

“Pedimos nossas sinceras desculpas a todos os clientes que demoraram a ter a energia restabelecida em suas casas. A energia é um bem essencial à sociedade e temos consciência dos transtornos que um evento dessa magnitude causa às pessoas. Nos solidarizamos com todos que foram impactados pela falta de luz”, explicou, em nota, o presidente da Enel Distribuição São Paulo, Max Xavier Lins.

Segundo o executivo, desde as primeiras horas do evento climático, a companhia mobilizou toda a sua força de trabalho, inclusive de outros estados. Foram a campo eletricistas, técnicos no centro de operações, atendentes no call center e nas lojas de atendimento, além de fornecedores e parceiros, que atuaram e seguem trabalhando incansavelmente”.

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A força dos ventos danificou de forma severa a rede de distribuição, quebrando centenas de postes, derrubando transformadores e rompendo cabos elétricos, uma sequência de danos que deixou cerca de 2,1 milhões de clientes sem energia. Até o momento, a empresa diz que já reconstruiu 140 quilômetros de rede, uma distância maior que entre a capital e Campinas. “Os reparos foram extremamente complexos, exigindo a remoção de árvores de grande porte, em conjunto com Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Prefeituras e demais órgãos competentes.”

Segundo Xavier, o cenário de destruição que se formou no Estado de São Paulo foi desafiador e trouxe grandes aprendizados para a distribuidora e todo o setor elétrico. “Nos comprometemos a intensificar, cada vez mais, as ações preventivas que possam mitigar os impactos associados a situações de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes”, disse o executivo.

Reação

A Prefeitura de São Paulo anunciou que acionou a Justiça contra a Enel, responsável pelo fornecimento de energia da capital, por meio da Procuradoria Geral do Município. A ação foi protocolada na quinta-feira (9), quase uma semana após o temporal matar oito pessoas e deixar milhares sem energia.

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No documento, a gestão municipal exigia o religamento imediato da energia, sob pena de multa de R$ 1 mil por hora. A prefeitura pediu ainda que a Enel informasse em cinco dias um plano de contingência compatível com as dimensões da cidade de São Paulo.

Também foi solicitado que, no prazo de dez dias, fosse apresentado projetos de trabalho preventivo para o período de aumento de chuvas de verão. E a remoção, em 24 horas, das árvores que continuam caídas com interferência na fiação elétrica em vários pontos da cidade.

O Ministério Público de São Paulo também instaurou um inquérito civil para investigar possíveis irregularidades na atuação da Enel durante o apagão. O procedimento aberto pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social se baseia em denúncias de moradores sobre as dificuldades em comunicação com a Enel e a ausência de respostas claras da distribuidora sobre a solução da falta de energia em diversas partes da capital.

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Anna França

Jornalista especializada em economia e finanças. Foi editora de Negócios e Legislação no DCI, subeditora de indústria na Gazeta Mercantil e repórter de finanças e agronegócios na revista Dinheiro