A Uber (U1BE34) anunciou, nesta quinta-feira (5), que começou a ofecer nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro o Uber Moto, serviço de caronas com motocicletas. As duas capitais do Sudeste eram as últimas que ainda não tinham a modalidade disponível. No Brasil, esse tipo de corrida passou a ser ofertado pela Uber em novembro de 2020 e já se alastrou por 160 municípios.
Mas, já no lançamento, o Uber Moto encontrou empecilhos com as administrações das duas cidades. O prefeito Ricardo Nunes, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que vai pedir a suspensão do serviço porque o transporte remunerado de passageiros por motocicleta “não é regulamentado” na capital paulista.
“A pedido do prefeito, o Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV) entrará em contato com a empresa para solicitar a imediata suspensão da atividade, além dos devidos esclarecimentos por parte da Uber, uma vez que a empresa não informou a Prefeitura de São Paulo sobre o início da operação dessa opção de mobilidade. A orientação é que o serviço seja suspenso até que se faça uma reunião entre as partes para entender a dinâmica da atividade e fazer estudos e análises para viabilidade de implantação do serviço de transporte de passageiros por motocicletas”, informou, por nota, a prefeitura ao InfoMoney.
A prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Transportes, informou que também adotará “as medidas cabíveis para impedir o uso de Uber Moto na cidade”. Segundo a gestão de Eduardo Paes, a empresa “lançou mais um serviço em que visa somente o lucro, sem prestar as devidas contrapartidas aos trabalhadores e órgãos públicos”.
O que diz a Uber
Já a Uber explicou que, embora a chegada da modalidade seja uma novidade na capital paulista, o uso de motocicletas para viagens com passageiros é uma realidade nas cidades brasileiras há bastante tempo. “As viagens de Uber Moto ocorrem principalmente para complementar os deslocamentos dos usuários da plataforma e promover a conexão com modais de transporte como terminais de ônibus e estações de trem e metrô”, defende a empresa.
Segundo a empresa, nessa modalidade, os parceiros do aplicativo realizam transporte privado individual em motocicletas, atividade prevista na “Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei Federal 12.587/2012)” e “distinta de categorias de transporte público individual em motocicletas, como o mototáxi”.
“A norma federal que regulamenta o transporte individual privado de passageiros – e que estabelece os limites para a regulamentação pelos municípios – não faz distinção quanto ao tipo de veículo. É comum que a atividade seja desempenhada com automóveis, mas isso não significa que este seja o único modal permitido”, diz a Uber.
Além da Uber, a 99 também oferece a corrida com moto, a 99Moto, no Brasil. São mais de 3 mil municípios com acesso à modalidade, mas as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro não estão incluídas na lista.
Como funciona o Uber Moto?
O consumidor precisa apenas selecionar o serviço no app da Uber. Em vez de solicitar um carro, é possível escolher a moto. A opção é, inclusive, mais barata que a viagem de automóvel.
Para os usuários que não estão acostumados a andar de moto, a empresa explicou que as viagens de Uber Moto contarão com uma série de recursos de segurança oferecidos, como seguro para acidentes pessoais — tanto para usuários quanto para parceiros.
Os condutores do Uber Moto também recebem conteúdo educacional sobre segurança viária, estimulando a direção segura e o respeito às leis de trânsito.
Para se cadastrar no aplicativo da Uber e dirigir na nova modalidade, o motociclista parceiro precisa ter CNH definitiva com a observação de atividade remunerada (EAR).
A modalidade também conta com checagem de antecedentes criminais dos parceiros e dão aos usuários a possibilidade de compartilhar com seus contatos a placa, a identificação do condutor e sua localização no mapa, em tempo real.