Sistema de dinheiro “esquecido” em bancos é alvo de golpes e BC emite alerta; saiba como se proteger

Consumidores precisam ficar atentos: o sistema está suspenso desde abril de 2022, sem previsão de retorno

Equipe InfoMoney

Notas de Real (Marcelo Casal Jr / Agencia Brasil)
Notas de Real (Marcelo Casal Jr / Agencia Brasil)

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O Banco Central (BC) informou que têm recebido um volume quatro vezes maior que a média de consultas sobre informações falsas que envolvem o “Sistema de Valores a Receber” (SRV) — o recurso é um site que mostra se a pessoa tem dinheiro esquecido em instituições financeiras. Grande parte das mensagens fraudulentas passaram a circular na internet nos últimos dias e, por isso, o BC emitiu um alerta para evitar que os consumidores caiam em golpes porque o sistema está suspenso desde abril de 2022, sem previsão de retorno. 

O principal golpe tem relação com mensagens recebidas pelo WhatsApp para resgatar valores esquecidos no Banco Central imediatamente via Pix. O texto tem um senso de urgência com data de encerramento da consulta e faz com que as pessoas cliquem para ver se têm valores a resgatar, compartilhando dados pessoais.

Veja um exemplo de mensagem falsa que vem circulando:

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(Reprodução)

Em sua página oficial no Twitter, o BC orienta os consumidores a ignorarem o conteúdo das mensagens e a não clicar em links suspeitos. Segundo o BC, esses links roubam senhas em redes sociais e pode instalar vírus e programas espiões no celular do usuário.

Informações oficiais sobre valores a receber e sobre a consulta ao sistema são divulgadas apenas no site do Banco Central e nas redes oficiais do órgão, jamais por aplicativos de mensagens ou SMS.

Em seu site, o BC garante que o consumidor não corre o risco de perder os valores a que tem direito por causa da suspensão temporária do site. Eles continuarão guardados pelas instituições financeiras, esperando que você solicite a devolução, quando as consultas ao SVR forem retomadas.

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Veja o alerta do BC:

O que é o sistema de “dinheiro esquecido”?

site foi criado pelo BC em janeiro de 2022 para que pessoas e empresas consultem se possuem valores esquecidos em instituições financeiras. Na época o sistema, ficou fora do ar por dois dias após receber um grande volume de acessos. Na prática, o serviço permite que a população confira se tem dinheiro esquecido em contas encerradas com saldo disponível ou devido a tarifas cobradas indevidamente em operações de crédito, por exemplo.

O Banco Central ressalta que a consulta a valores esquecidos está suspensa desde abril do ano passado, quando a primeira etapa de resgates foi finalizada. Havia uma expectativa de retomada do serviço em maio de 2022, mas que foi adiada diante da greve dos servidores. Apesar de as instituições financeiras recomeçarem a enviar dados em janeiro deste ano, a reabertura das consultas e dos saques continua sem previsão de retorno.

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Em seu site, o BC garante que o consumidor não corre o risco de perder os valores a que tem direito por causa da suspensão temporária do site. “Eles continuarão guardados pelas instituições financeiras, esperando que você solicite a devolução, quando as consultas ao SVR forem retomadas”.

As instituições começaram a informar à autoridade monetária 3 tipos de valores esquecidos por correntistas:

• Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
• Contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível;
• Outras situações que ensejam valores a devolver reconhecidas pelas instituições.

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Também no último mês, o BC afirmou que ainda tem R$ 4,6 bilhões “esquecidos” em instituições financeiras para serem devolvidos. Desse total, R$ 3,6 bilhões estão destinados a 32 milhões de pessoas físicas (o que dá uma média de R$ 112 por cidadão) e o outro R$ 1 bilhão, para 2 milhões de empresas (cerca de R$ 500 por CNPJ). A data de reabertura das consultas ao SVR ainda não está definida. Quando o sistema voltar a funcionar, passará a permitir o saque por herdeiros e representantes legais de falecidos.

Com o reenvio dos dados pelas instituições financeiras, o estoque de R$ 4,6 bilhões a serem devolvidos pode aumentar. Segundo o BC, os valores “esquecidos” atualmente no sistema financeiro estão distribuídos nas seguintes faixas:

• 23,58 milhões de correntistas têm até R$ 10 (68% do total);
• 7,94 milhões têm entre R$ 10,01 e R$ 100 (23%);
• 2,86 milhões têm entre R$ 100,01 e R$ 1 mil (8%);
• 476,5 mil têm acima de R$ 1 mil (1%).

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Veja um vídeo de como funciona o site: 

*Com Agência Brasil