Samsung e Apple foram as marcas de celulares mais roubadas no Brasil em 2023

As marcas mais roubadas e furtadas no país foram Apple, com 25% dos registros, Motorola, com 23,1%, e Xiaomi, com 10%, aponta 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública

Maria Luiza Dourado

Smartphone (Andrea Piacquadio/Pexels)
Smartphone (Andrea Piacquadio/Pexels)

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Com quase um milhão de ocorrências registradas de furtos e roubos de celulares em 2023, os aparelhos mais subtraídos por criminosos no Brasil são da sul-coreana Samsung, com 37,4% dos casos. Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.  

Depois da Samsung, as marcas mais roubadas e furtadas no país foram Apple, com 25% dos registros, Motorola, com 23,1%, e Xiaomi, com 10%.

Considerando a participação das marcas no mercado, no entanto, o ranking fica diferente. No caso dos aparelhos da Motorola, sua participação entre os celulares subtraídos é menor que sua participação no mercado nacional, indicando que este é um equipamento menos valorizado no mercado criminoso.

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Já os iPhones, da Apple, respondem por apenas 10% do mercado nacional, mas representam 1 em cada 4 roubos e furtos de celular no país, o que significa que os usuários da Apple, talvez por ser uma marca com aparelhos mais caros, correm mais riscos de serem vítimas de roubos e furtos de celular do que em relação a outras marcas.

Dois roubos ou furtos por minuto

Foram registradas 937.294 ocorrências de roubo ou furto de celulares nas delegacias em 2023, o que significa que quase dois celulares foram roubados ou furtados por minuto no Brasil no ano passado.

Pela primeira vez, o número de furtos, ou seja, a subtração dos aparelhos sem o uso da violência, superou o de roubos de celulares, com 494.295 casos de furto contra 442.999 casos de roubo, respectivamente, ao longo de 2023. No total, foram registradas 937.294 ocorrências nas delegacias brasileiras. Apesar de ainda serem números altos, em relação a 2022, houve uma redução de 4,7% no total de roubos e furtos de celulares.

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Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, esses números refletem a importância dos celulares na nova dinâmica dos crimes patrimoniais. Os celulares se tornaram frequentemente a porta de entrada para outras modalidades criminosas em ascensão, como estelionatos e golpes virtuais.

De acordo com a publicação, 78% dos casos ocorreram em vias públicas. Os roubos e furtos são mais comuns em dias de semana, especialmente entre segunda e sexta-feira, com maior incidência entre 5h e 7h da manhã e entre 18h e 22h, horários em que as pessoas geralmente estão se deslocando nas grandes cidades, indo para o trabalho ou voltando para casa.

No caso dos furtos, as vias públicas representaram 44% dos registros, seguidas por estabelecimentos comerciais/financeiros e residências, com 14% e 13% das ocorrências, respectivamente. Ao contrário dos roubos, os furtos de celulares são mais comuns nos finais de semana, concentrando-se em 35% dos casos. Nessa categoria, os criminosos escolhem horários com menos movimento nas cidades, principalmente entre 10h e 11h da manhã e a partir do meio da tarde, por volta das 15h, até as 20h.

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De acordo com o anuário, as cidades com as maiores taxas de roubo e furto de celulares são: Manaus, com 2.096,3 casos a cada 100 mil habitantes; Teresina, com 1.866; São Paulo, com 1.781,6; Salvador, com 1.716,6; e Lauro de Freitas (BA), com 1.695,8. A taxa nacional é de 461,5 ocorrências registradas para cada 100 mil habitantes. Entre as 50 cidades com as maiores taxas de roubo e furto de celulares, 15 estão localizadas no estado de São Paulo.

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Um golpe a cada 16 segundos

A publicação mostra que os roubos de rua estão sendo substituídos por estelionatos como preferência criminal contemporânea. No ano passado, houve um total de 1.965.353 registros de estelionatos, ou seja, um golpe a cada 16 segundos. Isso representa um aumento de 8,2% em relação a 2022 e um aumento de 360% em relação a 2018.

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Por outro lado, houve queda em seis diferentes modalidades de roubos entre 2022 e 2023: roubos a estabelecimentos comerciais (18,8%); roubos a residências (17,3%); roubos a transeuntes (13,8%); roubos de cargas (13,2%); roubos de veículos (12,4%); e roubos de celulares (10,1%).

David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destaca que há uma mudança de paradigma na criminalidade patrimonial no Brasil, principalmente devido ao uso dos celulares. Os celulares não só têm valor como aparelhos, mas também dão acesso a informações pessoais, bancárias e redes sociais das pessoas. Esse fenômeno já estava em curso, mas se intensificou durante a pandemia e representa uma mudança significativa na dinâmica dos crimes patrimoniais.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é baseado em informações fornecidas pelos governos estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civil, militar e federal, e outras fontes oficiais da Segurança Pública.

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(Com Agência Brasil)

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Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.