Quer escalar o Everest? Nepal avisa que taxa vai subir para mais de R$ 90 mil

Autoridades estão preocupadas com a enorme procura pela escalada, que tem gerado fortes impactos ambientais; obrigação para alpinistas carregarem sacolas biodegradáveis para dejetos faz parte das mudanças

Equipe InfoMoney

Grupo escala o Monte Everest (Foto: Reprodução do Instagram/@furtenbachadventures)
Grupo escala o Monte Everest (Foto: Reprodução do Instagram/@furtenbachadventures)

Publicidade

As autoridades do Nepal anunciaram uma série de medidas e regulamentos mais restritivos para quem quiser escalar o Monte Everest, o mais alto do planeta. Segundo a agência de notícias Efe, o valor para estrangeiros vai subir dos atuais US$ 11 mil (cerca de R$ 66,5 mil) para US$ 15 mil (R$ 90,7 mil) na alta temporada, o período do primavera, que vai de março a maio.

Segundo disse Indu Ghimire, secretário adjunto do Ministério do Turismo, os preços para os montanhistas que escolherem as demais estações também vão subir: a licença vai passar de US$ 5,5 mil (R$ 33,2 mil) para US$ 7,5 mil (R$ 45,3 mil) no outono, e de US$ 2,75 mil (R$ 16,6 mil) para US$ 3,75 mil (R$ 22,7 mil) no inverno e nas monções.

Além disso, sua validade das licenças foi reduzida de 75 para 55 dias.

Leia também: Família se diz “aliviada” após pé de alpinista de 1924 ser encontrado no Everest

As autoridades querem reduzir o número de alpinistas que tentar vencer os mais de 8,8 mil metros da montanha, após temporadas seguidas de superlotação nas encostas, com o registro de grave impactos ecológicos.

Para aliviar esse impacto, passam a ser exigidas práticas sustentáveis, como a obrigação de trazer sacolas biodegradáveis para os dejetos humanos.

Continua depois da publicidade

O acampamento base do Everest, por exemplo, que fica a 5,3 mil metros de altitude, recebe mais de 2.000 pessoas a cada temporada de escalada e, geralmente, tem tendas designadas com barris onde os resíduos são depositados. Mas em acampamentos de maior altitude, apenas algumas agências oferecem instalações semelhantes, enquanto outras recorrem à escavação a céu aberto.

Durante a primavera de 2024, as autoridades coletaram quase 100 toneladas de lixo do Everest.

Nesse mesmo período, cerca de 600 alpinistas, incluindo 200 estrangeiros, chegaram ao cume da montanha. No total, oito mortes foram relatadas.

Continua depois da publicidade

Com a tendência ascendente na emissão de licenças de escalada, a Suprema Corte do Nepal ordenou no ano passado a suspensão da escalada, o combate à poluição e a adoção de “práticas sustentáveis para preservar o frágil ecossistema do Everest para as gerações futuras.”

Quase 8.900 pessoas alcançaram o pico mais alto do mundo do lado nepalês desde 1953.