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A busca por casas com espaço de lazer, como piscinas, jardins e churrasqueiras, segue em alta mesmo com o arrefecimento da pandemia de Covid-19. A procura teve um “boom” há dois anos, puxada por consumidores que queriam melhor qualidade de vida e de moradia, mas a demanda tem se mantido.
Ela é mais concentrada em bairros nobres na cidade de São Paulo, onde clientes de alta renda pagam até R$ 5 milhões por casarões.
A procura por casas em geral caiu 15% na cidade neste ano em relação a 2019 (antes da pandemia), segundo levantamento feito pelo DataZAP+. Mas em bairros nobres como Morumbi e Jardins houve aumento de até 130% na demanda por esse tipo de imóvel.
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Na Revenda Imóvel, com sede em Alphaville, apenas 1 em cada 10 imóveis vendidos no período de pré-pandemia, era casa (e os demais, apartamentos). Agora, são em média 4 a 5 casas para cada 10 negócios fechados, segundo o diretor comercial Guilherme Kraemer.
E a procura maior levou ao aumento de preços. “Antes, era possível encontrar casas de 300 m² a 500 m² no Jardim Eleonor, no Morumbi, por R$ 800 mil”, diz Kraemer. “Hoje não tem nenhuma por menos de R$ 1,6 milhão”.
A demanda, ainda assim, continua alta. Ele conta que uma casa à venda por R$ 5 milhões no Alto de Pinheiros recebeu oito interessados no primeiro fim de semana após o anúncio, no mês passado, e foi vendida em 15 dias.
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Altos preços
Uma das maiores imobiliárias que atuam com imóveis de alto e altíssimo padrão em São Paulo, a Coelho da Fonseca registrou nos últimos dois anos um crescimento de 250% na procura por casas e coberturas nos bairros Jardins, Cidade Jardim, Alto de Pinheiros, Alphaville e Jardim Lusitânia, com valor médio a partir de R$ 4 milhões.
Luiz Coelho da Fonseca, diretor da imobiliária que tem mais de 40 anos de atuação e filiais em vários bairros, diz que antes da pandemia o conceito de morar bem estava mais ligado a apartamentos próximos aos locais de trabalho dos proprietários, que não queriam perder muito tempo no trânsito.
Mas, com o home office (ou trabalho híbrido) e a necessidade de ambientes abertos, com mais espaço e conforto para as famílias, houve grande procura por casas e coberturas — movimento que ainda se mantém. “Houve uma ressignificação do que é morar bem”, diz Fonseca.
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No período pré-pandemia, 70% dos negócios da empresa envolviam apartamentos e 30%, casas e coberturas. Mas nos últimos dois anos essa participação se inverteu, e o executivo acredita que a tendência vai se manter.
Fonseca diz que no início da pandemia muitas casas foram adquiridas a preços bem competitivos, mas com o aumento da demanda os valores subiram. Além disso, a valorização dos novos apartamentos, em parte por causa do encarecimento das matérias-primas, também impacta no preço dos imóveis usados.
Busca por espaço
Larissa Gonçalves, economista do DataZAP+, também avalia que o aumento da procura por casas é reflexo da mudança de preferências causadas pela pandemia.
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“As casas normalmente têm área total maior [em relação a apartamentos], espaços bem divididos, locais arejados e possibilidade de se ter um jardim ou área externa com maior privacidade. Por isso, se tornaram mais atrativas nos últimos dois a três anos”, afirma Larissa.
Pelos dados da ferramenta de monitoramento do mercado imobiliário, a procura por casas no bairro Alto de Pinheiros cresceu 129% neste ano na comparação com janeiro de 2019; no bairro Cidade Jardim, 113%; nos Jardins, 31%; no Morumbi, 26%.
Investidores
O presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), José Roberto Graiche Júnior, afirma que também há investidores adquirindo casas mais antigas em bairros como Vila Nova Conceição, Jardins e Ibirapuera para reformar e revender. “Também há uma movimentação de proprietários trocando apartamentos por casas”.
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Kraemer, diretor comercial da Revenda Imóvel, diz que um apartamento de 80 m² no Brooklin, por exemplo, custa cerca de R$ 1,5 milhão — preço próximo ao de uma casa de 400 m² com piscina no Morumbi.
Ele diz que a locação de casas de alto padrão também disparou nestes últimos anos e que os preços médios do aluguel saltaram de R$ 8 mil por mês, entre 2019 e 2020, para R$ 13 mil atualmente. Além disso, a busca por terrenos para construção de novas casas também está em alta.
Mudança no mercado imobiliário
- Antes da pandemia: O conceito de morar bem estava mais ligado a apartamentos próximos aos locais de trabalho, segundo Luiz Coelho da Fonseca, da imobiliária Coelho da Fonseca.
- Agora: Com o avanço do home office e do trabalho híbrido e a necessidade de ambientes com mais espaço e de conforto para as famílias, aumentou a procura por casas e coberturas.
- ‘Ressignificação do morar bem’: no período pré-pandemia, 70% dos negócios da Coelho da Fonseca envolviam apartamentos e 30%, casas e coberturas. Nos últimos dois anos, essa proporção se inverteu.
- Valorização extra: A valorização dos novos apartamentos, em parte por causa do encarecimento das matérias-primas, também é repassada para o preço dos imóveis usados.
- Aluguel: O diretor comercial da Revenda Imóvel ressalta que a locação de casas de alto padrão também disparou, e os preços médios do aluguel saltaram de R$ 8 mil por mês, entre 2019 e 2020, para R$ 13 mil.
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