Procon-SP notifica novamente a Enel, agora por falhas ocorridas em 7 de janeiro

A Enel diz que aprimorou plano de contingência, com reforço de equipes, contratação de mais eletricistas, aumento de geradores, ampliação da capacidade nos canais de atendimento, aumento do número de manutenções e podas de galhos

Equipe InfoMoney

Enel pode sofrer intervenção federal (Foto: Flavio Lo Scalzo/Reuters)
Enel pode sofrer intervenção federal (Foto: Flavio Lo Scalzo/Reuters)

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O Procon-SP notificou, mais uma vez, a concessionária de distribuição de energia Enel, que presta serviços em mais de 20 cidades da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, pela interrupção prolongada dos serviços no último domingo, 7 de janeiro.

Na ocasião, mais de 150 mil imóveis, incluindo mais da metade de toda a cidade de São Caetano, ficaram sem energia elétrica após fortes chuvas, de acordo com dados da empresa.

Na notificação feita à Enel nesta quinta-feira (9), o Procon-SP solicita esclarecimentos detalhados sobre a área e o número de consumidores impactados; as providências adotadas para a retomada do serviço; e como a informação foi comunicada aos consumidores.

O órgão também questiona sobre a política de compensações aos consumidores que ficaram muitas horas sem energia em suas residências e comércios. A Enel tem um prazo de 7 dias para enviar os esclarecimentos.

A medida é o primeiro passo de uma ação de fiscalização, que pode resultar em sanções, como multa – se aplicada, seria a quarta em um período de menos de 14 meses.

“O Procon-SP está atento a esta situação, que se repete a cada chuva, sempre com a mesma justificativa por parte da empresa e sem que sejam percebidas ações efetivas para a redução dos problemas, como a diminuição do prazo para restabelecimento do fornecimento de energia elétrica aos consumidores atingidos”, diz o Procon-SP em nota.

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Para se defender, a Enel tem alegado que os problemas no fornecimento de energia elétrica são causados por eventos climáticos severos, com ventos acima do esperado.

Contudo, para Luiz Orsatti Filho, diretor executivo do Procon-SP, culpar os ventos fortes “não pode mais ser uma resposta aceitável”, já que eles deixaram de ser um elemento surpresa e, na verdade, se tornaram recorrentes.

“Há mais de um ano não se tem notícia de que alguma providência efetiva, seja de engenharia ou de operações, tenha sido tomada para, no mínimo, agilizar a retomada dos serviços”, complementa.

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A Enel informou em nota ter aprimorado o plano de contingência, com reforço das equipes em campo, contratação de mais eletricistas próprios, o aumento da frota de geradores, a ampliação da capacidade nos canais de atendimento, aumento do número de manutenções preventivas e podas de galhos perto da rede elétrica.

“Em função dessas medidas já implementadas, após as chuvas na última terça-feira (7), com rajadas de vento acima de 80Km/h e queda de granizo, conseguiu restabelecer a energia para a maioria dos clientes afetados em até 30 minutos após o início da tempestade. Os demais clientes tiverem o serviço normalizado ao longo da quarta-feira (8), quando as equipes concluíram os trabalhos complexos de reconstrução da rede. Cabe ressaltar que o temporal causou severos danos não só no sistema elétrico, mas também na estrutura urbana de bairros da capital e cidades da Região Metropolitana”, diz a Enel.

A empresa prevê elevar os investimentos em R$ 10,4 bilhões até 2027, “em reforço, resiliência, digitalização e expansão da rede de distribuição, com soluções que contribuam para agilizar o restabelecimento da energia em caso de interrupção, principalmente diante do agravamento das mudanças climáticas”.