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O preço médio do carro zero quilômetro no Brasil chegou a R$ 151,4 mil em fevereiro, segundo dados mais recentes divulgados pela consultoria automotiva Jato Dynamics. O patamar representa uma alta de 7,7% em relação aos valores de fevereiro de 2023.
O estudo considera carros de passeio, que são os mais conhecidos pelo consumidor, modelos hatch, sedãs, SUVs, conversíveis, entre outros, independentemente das faixas de preços. A outra categoria é a de comerciais leves, que são os veículos de carga, como as picapes e furgões, por exemplo.
Embora o patamar seja alto, Milad Kalume Neto, diretor da Jato Dynamics, explica que esse movimento de alta no início de ano é comum, considerando que as empresas esperam faturar mais. “Todo começo de ano, as empresas começam a disponibilizar os novos modelos e versões, o que faz os preços inflarem”.
Apesar disso, ele complementa que é importante entender que o preço é médio e inclui todos os carros de passeio comercializados no país, de um Fiat Mobi até uma Ferrari, e por isso o patamar fica mais elevado.
Confira o gráfico com o movimento dos últimos anos:
Preciso de um carro: e agora?
Kalume Neto afirma que, no segundo semestre, a expectativa é de melhora no cenário, o que pode facilitar a vida do consumidor. “É esperado um aumento no nível de competitividade entre as montadoras, muito influenciado pelas novas fabricantes e as de elétricos, mas que vai abarcar todo o mercado. Além disso, o cenário econômico tende a estar melhor, com juros mais baixos, o que deve facilitar uma negociação por parte do comprador, além de aumento na concessão de crédito pelos bancos”, diz o especialista.
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Ana Renata Navas, diretora da Cox Automotive, dona da consultoria automotiva KBB, também diz que o segundo semestre deve apresentar um cenário mais propício para quem quer trocar de carro — porém, ressalta um outro movimento.
Segundo ela, o mercado deve receber uma grande quantidade de veículos usados provenientes das locadoras, um lote comprado por meio do incentivo da Medida Provisória nº 1.175 do governo. “Isso fará com que o mercado de usados tenha mais unidades para venda, portanto, para negociação, e isso pode levar a uma ligeira redução de preços dos usados. Ao mesmo tempo, trará um volume de vendas significativo, beneficiando vendedores e compradores”, explica.
Nesse cenário projetado, a especialista da KBB explica que “se o consumidor estava em busca de um carro zero de entrada e se depara com um carro seminovo de melhor versão, a tendência é pela compra do seminovo mais equipado”, afirma Navas.
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O mercado de novos e usados estão sempre entrelaçados, e o consumidor pode aproveitar os ciclos para fazer bons negócios.
Para o consumidor que vê necessidade em comprar um carro a dica é a boa e velha pesquisa de preços e modelos. “Não se contente em procurar um carro em apenas um lugar. Ter informações é vital para um bom negócio”, ressalta Kalume Neto.
Se não der para esperar o segundo semestre, é importante avaliar outra questão: a situação financeira. “Comprar um carro não depende apenas da parcela financiada. Tem combustível, revisões, manutenção, seguro, impostos, pneus. Tudo onera o consumidor.”, afirma. E, depois de todo esse combo, tem a depreciação do carro. “É ‘invisível’ até o consumidor vender o veículo e sentir no bolso a desvalorização do preço do veículo no período em que ele permaneceu com o bem”, finaliza o diretor da Jato Dynamics.
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