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A despeito da queda nas vendas, o setor de linha branca começa a perceber que a qualquer momento terá que repassar para o consumidor final pelo menos parte dos aumentos de matérias-primas como aço, resinas, alumínio, energia elétrica e transportes, além de gastos com planos de saúde e salários. Esta é a avaliação do presidente-executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, que participou nesta segunda-feira, 11, de reunião com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland de Brito, em São Paulo. “Estamos com as vendas não tão boas, mas com necessidade de repassar aumentos para o consumidor. O gato subiu no telhado”, reforçou.
A Eletros foi representada na reunião por Kiçula, pelo presidente do Conselho da entidade e vice-presidente de Relações Institucionais da Whirlpool Latin America, Armando Valle, e pelo vice-presidente de Linha Branca da Eletros e diretor-financeiro da Electrolux, Adriano Moura.
De acordo com Kiçula, a conversa sobre a necessidade do setor de repassar os aumentos das matérias-primas para os preços foi colocada para o secretário, mas sem nenhuma pretensão de “ameaçar” ou “pressionar” o governo. Nem era o mote principal do encontro, fez questão de salientar o presidente da Eletros. O encontro, que foi pedido pelo setor, teve como objetivo mostrar para o secretário Holland os números do primeiro semestre, que não foram bons.
Segundo planilhas trazidas para o secretário, as vendas de produtos da linha branca caíram 20% na comparação do segundo com o primeiro trimestre deste ano e entre 5% e 10% no acumulado de janeiro a junho, no confronto com o primeiro semestre de 2013. Para Kiçula, tal resultado está associado ao evento Copa do Mundo. “Mesmo que a dona de casa precisasse de um bem da linha branca, ela preferiu um televisor até como forma de reunir a família”, disse o presidente da Eletros, acrescentando que não pediram nada ao secretário. “Só apresentamos dados.”