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O pacote do governo para descontos nos carros “populares” deu a maior contribuição para a deflação no país em junho. O preço do automóvel novo recuou 2,76% e teve a maior contribuição negativa sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 0,09 ponto porcentual, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o carro novo mais barato, houve impacto indireto ainda do programa do governo sobre o preço do automóvel usado, que encolheu 0,93%, uma contribuição de -0,02 ponto porcentual para o IPCA de junho.
De acordo com o balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), 125 mil carros foram comercializados com descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil.
As quedas nos preços dos automóveis novos e usados, portanto, se traduziram num impacto de -0,11 ponto porcentual sobre a variação de junho do IPCA, de -0,08%. Segundo André Almeida, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, se excluídos os automóveis novos e usados do cálculo, o IPCA de junho teria subido 0,03%. Se os preços dos dois itens tivessem ficado estáveis, o IPCA de junho teria subido 0,01%.
“A medida provisória em vigor a partir de 6 de junho, que lançou o programa de descontos de automóveis, influenciou no IPCA de junho, com queda de 2,76% nos automóveis novos. Automóvel novo teve o maior impacto negativo individual no índice do mês”, confirmou Almeida. “A gente percebeu queda de 0,93% no preço dos automóveis usados. Isso pode estar relacionado à queda nos preços dos automóveis novos.”
Os gastos com Transportes passaram de um recuo de 0,57% em maio para uma redução 0,41% em junho, impacto de -0,08 ponto porcentual sobre o IPCA do último mês.
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Os combustíveis recuaram 1,85%, por conta das quedas do óleo diesel (-6,68%), etanol (-5,11%), gás veicular (-2,77%) e gasolina (-1,14%).
Já a alta de 10,96% nos preços das passagens aéreas impediu uma deflação ainda mais acentuada no grupo Transportes em junho. A passagem aérea teve impacto de 0,06 ponto porcentual sobre o IPCA de junho, item de maior pressão, ao lado da energia elétrica residencial, que também contribuiu com 0,06 ponto porcentual.