ONS prevê carga de energia recorde de 81 GW em novembro em meio à onda de calor

Demanda é reflexo das altas temperaturas, que têm superado os 40°C em várias partes do país, e aumentam o uso de equipamentos de refrigeração

Reuters

Rede de distribuição de energia elétrica
Rede de distribuição de energia elétrica

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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estimou, nesta sexta-feira (17), que o Brasil deverá alcançar uma carga de energia de 81,438 gigawatts (GW) em novembro, o que representaria um recorde histórico para qualquer mês, segundo dados disponibilizados em seu site.

A previsão para o indicador marcaria um crescimento de 13,3% em relação a novembro do ano passado, acima dos 11,0% previstos na semana anterior, e tem influência da onda de calor que atinge boa parte do país.

A carga de energia no Brasil bateu recordes nesta semana, alcançando pico de 101,475 gigawatts (GW) na terça-feira (14), impulsionada pelas altas temperaturas — superando os 40°C em algumas partes do país –, que aumentam o uso de equipamentos de refrigeração.

O efeito do clima é sentido especialmente no mercado regulado de energia, que compreende residências e pequenas empresas e comércios. O segmento responde por cerca de 65% da carga total do país.

Já no mercado livre de energia, onde atuam indústrias e grandes empresas, a demanda está mais atrelada ao desempenho dos diferentes setores da economia, embora também haja influência do clima em menor grau.

Após anos de crescimento lento, a carga vem crescendo neste ano apoiada principalmente nos efeitos climáticos, com as ondas de calor registradas desde setembro.

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Para 2023, a expectativa é de que a carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) cresça 3,5%, a 74,69 GW, em relação ao ano passado, segundo a previsão mais recente elaborada em conjunto por ONS, Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Apesar do crescimento estrutural da carga, os volumes de energia consumidos no Brasil seguem muito abaixo do potencial e se equivalem, atualmente, à demanda de pico do Texas, um dos mercados mais dinâmicos de energia dos EUA.

Projeções para novembro

O ONS estimou que, ao final de novembro, os reservatórios das usinas do Sudeste/Centro-Oeste — principal subsistema para armazenamento das hidrelétricas — deverão alcançar 64,3%, um pouco abaixo dos 66,3% previstos na semana anterior.

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Embora os reservatórios estejam em níveis considerados confortáveis, já que em breve deve se iniciar o período chuvoso, o ONS tem despachado usinas termelétricas para atender ao aumento rápido do consumo de energia nos últimos dias.

Em relação a chuvas, o órgão projetou que as hidrelétricas no Sudeste/Centro-Oeste receberão afluências equivalentes a 85% da média histórica em novembro, ante 88% previstos na semana anterior.

As chuvas também deverão ficar abaixo da média histórica no Nordeste (44%, ante 43% estimados na semana anterior) e Norte (54%, ante 52%), e superar a média no Sul (530%, ante 437%), como reflexo do fenômeno El Niño.

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