O plano da Huawei para ocupar no Brasil o espaço que conquistou mundialmente

Empresa mira no país focando na implantação da tecnologia 5G

Pablo Santana

Huawei
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SÃO PAULO – Após voltar oficialmente para o Brasil em maio deste ano, a multinacional de telecomunicações chinesa Huawei tem planos para estreitar ainda mais as relações com o país.

A companhia, vice-líder em vendas de smartphone no mundo – perdendo apenas para Samsung, de acordo com a consultoria de mercado em tecnologia Counterpoint Research, projeta a comercialização de novos modelos no país e quer intensificar a participação de players brasileiros na App Gallery (loja oficial de aplicativos da marca), através da Huawei Ability Gallery.

A plataforma é utilizada para o desenvolvimento de aplicativos no Huawei Mobile Services (HMS), versão da empresa que está substituindo o Google Mobile Services (GMS), deixando os dispositivos da marca sem a Google Play.

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De acordo com Daniel Dias, gerente de Go-to-market da Huawei, o retorno ao Brasil se alinha com a estratégia global da marca chinesa, que está presente em mais de 170 países e possui 15 centros de pesquisa na Ásia, Europa e América do Norte.

“Entendemos que, para nos consolidarmos na segunda posição do ranking mundial de vendas de smartphones, seria novamente interessante atuar no Brasil. Começamos com o P30 Pro e P30 Lite e, em poucos meses, já lançamos diversos outros produtos. Trabalhamos para trazer ao mercado brasileiro o que o consumidor local tem buscado da Huawei no exterior”, explica Dias ao InfoMoney.

Entre os produtos apresentados no mercado nacional, a empresa lançou recentemente a Huawei Cloud, plataforma de computação em nuvem direcionada para ações de inteligência artificial e big data.

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A tecnologia já é comercializada seguindo as normas do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) e das diretrizes locais da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e é voltada para empresas que buscam melhorar e ampliar suas capacidades de armazenamento.

A expansão do ecossistema Huawei Mobile Service (HMS), com Android, mas sem acesso às funcionalidades do Google Play nem a outros serviços da americana Google, é um dos desdobramentos da guerra comercial envolvendo China e Estados Unidos.

“Existe a possibilidade de lançarmos um novo smartphone Huawei ou o Mate 30 Pro no Brasil, por exemplo no Brasil, mas já com o HMS”, revelou o executivo.

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A empresa, que se encontra no meio de acusações entre os dois países, sofre com embargos impostos pelo governo americano e busca produzir seus novos produtos de forma independente.

Apesar do contexto conturbado, Dias garante que a prioridade da companhia é garantir a inovação dos produtos para entregar melhores serviços para os usuários.  “Pretendemos continuar ampliando o portfólio de produtos no país por meio da estratégia ‘1+8+N’, com foco no 5G para oferecer produtos que se interliguem nesse ecossistema”, ressalta.

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5G

Acompanhando de perto o desenvolvimento da tecnologia 5G no Brasil e a iminência do leilão que deve viabilizar a frequência no país, no último mês o presidente-executivo da Huawei no país, Wei Yao, se reuniu com presidente Jair Bolsonaro e deixou claro o interesse da companhia em participar da implantação da nova geração de internet móvel que promete velocidades até 20 vezes maiores que a atual.

A chinesa, junto com a ZTE, Nokia, Samsung e Ericsson é detentora do hardware de rádio e sistemas 5G para operadoras. Em julho, a Huawei confirmou que testes já foram conduzidos pela empresa junto às quatro principais operadoras de telefonia móvel do Brasil.

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Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios