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A Netflix (NFLX34) anunciou que passará a cobrar uma taxa extra de R$ 12,90 por mês de usuários brasileiros que compartilharem a senha da plataforma com pessoas de outras residências. Em seu comunicado, a empresa ressalta que, agora, o compartilhamento entre pessoas que não moram juntas será possível mediante pagamento desse acesso extra ao streaming.
Nesta semana, usuários brasileiros devem começar a receber e-mails sobre a mudança na política da empresa e taxa extra. A medida para inibir o compartilhamento de senhas já havia sido prometida para o segundo trimestre de 2023.
Os titulares de contas podem adicionar mais usuários que não moram com eles pagando essa nova taxa ou podem também usar o recurso “transferir perfil” para vincular perfis extras à sua conta, mas com a assinatura paga à parte, afirmou a Netflix no comunicado divulgado nesta terça-feira (24).
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Para fiscalizar a questão, a empresa vai verificar quais são os aparelhos conectados às contas de seus clientes e vai encerrar as sessões daqueles “que não deveriam ter acesso”, e se necessário, trocar a senha.
“Reconhecemos que nossos membros têm muitas opções de entretenimento. É por isso que continuamos a investir fortemente em uma ampla variedade de novos filmes e programas de TV — seja qual for o seu gosto, humor ou idioma e com quem você assiste, sempre há algo satisfatório para assistir na Netflix”, afirmou a empresa admitindo a forte concorrência de outros streamings como Prime Video, Disney+, HBO Max, Apple TV+, entre outros.
A companhia ressaltou que os usuários terão acesso à conta mesmo se estiverem viajando, na rua, ou fora de sua residência por algum motivo.
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A medida vale também nos EUA por uma taxa adicional de US$ 7,99 por mês por usuário extra. Países como Chile, Peru, Argentina, Guatemala, Canadá, Espanha, Portugal e Nova Zelândia já possuem mecanismos semelhantes de cobrança.
Sem mais detalhes, a empresa colocou sua central de atendimento à disposição dos clientes.
Em sua conta oficial no Twitter, a empresa reiterou o anúncio:
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Sua conta Netflix é para você e para as pessoas que moram com você.
Agora, é possível gerenciar como esses acessos são usados com as novas ferramentas que estão chegando por aqui — e sim, você pode assistir normalmente quando estiver fora ou viajando.https://t.co/j2WajzOSKg
— netflixbrasil (@NetflixBrasil) May 23, 2023
Efeitos da senha compartilhada
O compartilhamento de senhas vem sendo um problema para o negócio da Netflix. No primeiro trimestre de 2022, a empresa reportou pela primeira vez perda de assinantes, cerca de 200 mil usuários deixaram a companhia diante do boom de streamings concorrentes.
Naquela época, a Netflix já havia se posicionado e afirmado que perdeu oportunidades de aumentar o número de assinantes considerando a quantidade de contas compartilhadas.
A empresa estima que 43% de sua base global de usuários passem suas senhas para não assinantes, o que afeta a capacidade da companhia em investir em novos conteúdos.
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Mais recentemente, em abril de 2023, a plataforma de streaming reportou lucro líquido de US$ 1,31 bilhão no primeiro trimestre deste ano, cifra 18,12% menor que a registrada um ano antes. O lucro diluído por ação ficou em US$ 2,88 ante US$ 3,53 no primeiro trimestre de 2022.
Dois pontos do balanço em específico chamaram a atenção dos investidores: o crescimento no número de assinantes, abaixo do previsto pelo mercado, e estimativas mais fracas para os próximos meses. Entre janeiro e março deste ano, a Netflix registrou a adição de 1,75 milhão de usuários, enquanto a média do mercado projetava um número maior, de 2,06 milhões de assinantes.
“Embora isso signifique que parte do crescimento esperado de membros e receita cairão no terceiro trimestre – e não no segundo – acreditamos que resultará em um resultado melhor para nossos assinantes e nossos negócios”, diz o comunicado que acompanha o balanço trimestral.