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SÃO PAULO – Mais de nove horas de trabalho diários, salários considerados baixos e muita cobrança. Todos esses fatores levam os motoboys a cometer infrações e correr riscos. De acordo com pesquisa realizada pela Unb (Universidade de Brasília), os profissionais das duas rodas desrespeitam as regras de trânsito para cumprir prazos e ganhar mais no final do mês.
Segundo o estudo, fruto da dissertação de mestrado de Raphael Henrique Matos, os motoboys justificam o risco que correm no trânsito pela necessidade de sobrevivência. Para isso, eles andam acima da velocidade permitida, ultrapassam o sinal vermelho, andam na calçada ou dirigem pelo “corredor”.
Ainda de acordo com o estudo, 90,3% dos pesquisados usam a própria motocicleta para realizar as entregas; 10,4% realizam 20 entregas por dia e 58,3% percorrem entre 101 km a 200 km por dia.
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Renda
O estudo, que entrevistou 144 motoboys, verificou que eles ganham entre R$ 401 e R$ 800, valor considerado suficiente por apenas 36,7% deles. A dificuldade leva 22,2% dos motoboys a terem outra atividade para complementar a renda.
A renda pode ultrapassar R$ 1,2 mil, valor que depende da quantidade de entregas feitas por cada um. “A voracidade por realizar o maior número de entregas faz com que eles se arrisquem mais no trânsito para voltar mais rápido e pegar mais pedidos e, assim, ter mais no final do mês”, afirmou Matos.
Tantas dificuldades fazem grande parte pensar em mudar de ramo. Entre os 144 entrevistados do estudo, 143 afirmaram que têm vontade de mudar.