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A partir desta terça-feira (28), a Royal Academy of Arts, em Londres, está sediando em suas galerias principais uma grande exposição do modernismo brasileiro (“Brasil! Brasil! O Nascimento do Modernismo”), uma mostra com mais de 130 obras de dez importantes artistas brasileiros do século XX, capturando a diversidade da arte brasileira da época. Quadros de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Lasar Segall, Alfredo Volpi e Djanira da Motta e Silva estão presentes.
Os expositores destacam que, no início do século XX, uma nova arte moderna estava surgindo no Brasil. “A partir da década de 1910 e continuando na década de 1970, os artistas brasileiros foram adaptando tendências contemporâneas, influências internacionais e tradições artísticas para criar um novo tipo de arte moderna; arte informada pelas culturas, identidades e paisagens vibrantes do Brasil”, diz o texto de apresentação.
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A Royal Academy destaca que a vida cotidiana no Brasil foi o tema desse novo modernismo e que a identidade indígena e a experiência afro-brasileira estavam entre as muitas influências que esses artistas utilizaram em seus trabalhos.
“Este era um grupo de pessoas olhando para dentro de seus ricos recursos culturais para definir um novo curso para o modernismo que foi confirmado em toda a América do Sul”, destaca.
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Mostra em 1944
O movimento, na verdade, já foi tema de outra grande exposição, realizada em 1944, com o tema “Exposição de Pinturas Modernas Brasileiras”. A iniciativa do estadista brasileiro Oswaldo Aranha foi considerada um excelente exemplo de uso da cultura para melhorar as relações diplomáticas entre as nações. A exposição original tinha mais de 150 obras.
A exposição de 1944 posteriormente viajou para vários locais no Reino Unido, incluindo a National Gallery of Scotland, antes de ser exibida em Paris. A mostra foi bem recebida e cerca de 100 mil visitantes a viram em sua turnê pelo Reino Unido.
Além disso, em 2024, quatro pinturas de Lasar Segall, Tarsila do Amaral e Candido Portinari, e três obras do paisagista e artista Roberto Burle Marx, foram reunidas nas galerias principais.
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A maioria das obras vem de coleções particulares brasileiras raramente vistas, bem como de coleções públicas brasileiras, a maioria das quais nunca foi exibida no Reino Unido.
Os críticos receberam bem a nova exposição. “Os 10 artistas desta mostra misturam estética indígena, história da arte e influências da nova vanguarda europeia com uma consciência social e desejo de enfrentar os desafios da vida no Brasil”, diz artigo da Time Out.
“Pobreza, racismo, imigração, radicalismo e mais cor do que seus olhos podem suportar. (…) Mastigado e cuspido por canibais artísticos vorazes, o modernismo brasileiro é uma deliciosa colherada”, continua o crítico.
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Para o The Telegraph, “imagens resplandecentes que evocam climas e cultura distantes: visitar em um dia sombrio de inverno aquecerá qualquer alma faminta de sol”.