Mães brasileiras vão à Miami dar a luz, mas o preço não é baixo

Para parto normal, com inúmeros serviços inclusos, o preço do pacote é de US$ 9.840, mais de R$ 37 mil segundo a cotação de hoje

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Em meio à crise econômica brasileira, a elite do país criou um novo hábito para dar maiores oportunidades a seus futuros filhos: dar à luz em Miami. Isso porque, segundo a Constituição norte-americana, as crianças nascidas em território estadunidense, sejam filhas de estrangeiros ou não, tem a cidadania do país garantida. Essa é a ideia.

Esse é o chamado “turismo de maternidade”, como conta o Valor Econômico, que é legal nos Estados Unidos contanto que a mãe tenha todos os documentos em mãos. “Essa crise está levando as pessoas a procurar uma vida melhor para seus filhos”, disse ao portal a dentista Andrea Melo Aguiar, de 40 anos. Os pais, entretanto, não têm direito à cidadania e nem ao green card, visto de permanência no país – esse último apenas quando o filho completar 21 anos.

O portal “Ser Mamãe em Miami” de médicos obstetras que fazem o parto das mulheres estrangeiras – hoje, em sua maioria, brasileiras – conta, em português, quais são os preços para as futuras mães interessadas, indicam o pacote, os serviços inclusos e até serviços de manicure, cabeleireiro, restaurantes, etc. Para parto normal, com inúmeros serviços inclusos, o preço do pacote é de US$ 9.840, mais de R$ 37 mil segundo a cotação de hoje (28) – e esse é o plano mais barato. O hospital Pro Matre, em São Paulo, cobra R$ 10 mil pelo plano maternidade para as mães que não tiverem convênio médico.

O brasileiro Wladimir Lorentz, um dos obstetras que faz partos em estrangeiras em Miami, comentou ao Valor: “O tema comum é que há questões políticas e econômicas levando essas famílias a questionar a viabilidade de seu próprio país”, mas também afirma que os migrantes ajudam os EUA.

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