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SÃO PAULO – Depois de amargar uma retração de 30% nas ofertas de imóveis no ano passado, segundo imobiliárias líderes de mercado em 13 capitais do País, chegou a hora de o setor imobiliário analisar os motivos.
Para o diretor da Lello Intermediadora de Negócios (empresa de administração imobiliária), José Roberto de Toledo, o desempenho sofrível se deve às ações governamentais que regulamentam o setor, que teriam desestimulado novos negócios.
Contratos inseguros e Justiça lenta
Ele destaca a grande insegurança jurídica dos contratos, a morosidade da Justiça nas ações de despejo, a falta de incentivos à locação e a pesada carga tributária sobre o rendimento dos aluguéis como os principais resultados.
“Não há uma política voltada ao mercado de locação como existe no caso da construção civil, por exemplo”, reclama o empresário. Ele diz o aquecimento desse mercado poderia reduzir em parte o déficit habitacional do País.
Essa dificuldade acaba surtindo efeitos contraditórios. Apesar do número elevado de imóveis disponíveis para locação, há muita dificuldade para encontrar imóveis que se enquadrem no perfil dos candidatos a inquilinos. Enquanto proprietários oferecem seus imóveis, outras pessoas buscam unidades para alugar durante meses a fio.
Perspectivas para o ano
Apesar disso, o setor está otimista para 2006. Toledo está confiante na continuidade da redução dos juros básicos da economia, o que deve animar os investidores e aumentar a oferta de unidades no mercado.
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Além disso, em 2005, o governo federal criou um Fundo de Locação, um dispositivo que, quando necessário, substitui o fiador.
Mas apesar da boa intenção desse fundo, ele acaba criando outra obrigação para o inquilino, que busca facilidades para o fechamento do negócio.
Cautela
Para quem pretende ingressar no mercado, Toledo aconselha cautela, que aliada a boas informações sobre o setor, garante boa lucratividade ao investidor imobiliário e valorização do imóvel.
Outra dica é avaliar criteriosamente a localização, conservação e a destinação dessa unidade, já que, dependendo dessas condições, a rentabilidade de dois imóveis de características parecidas pode oscilar entre 0,5% e 1,2% sobre o valor de sua venda.
“Caberá aos investidores a tarefa de aproveitar os bons ventos que sopram para 2006, auxiliando, inclusive, a gerar novas e melhores oportunidades para quem procura um imóvel para alugar em São Paulo”, conclui Toledo.