Livros digitais: estudo revela perfil dos consumidores desses dispositivos

No Brasil, a leitura de livros digitais atinge apenas 5% dos entrevistados, o que representa 9,5 milhões de adeptos

Viviam Klanfer Nunes

Publicidade

SÃO PAULO – Ao analisar o perfil dos consumidores de livros digitais, uma pesquisa descobriu que a maioria é do sexo feminino, possui curso superior e tem idade entre 18 e 24 anos.

Olhando as regiões do Brasil, identifica-se que a maior parte desse tipo de consumidor se concentra na região Centro-Oeste. Por lá, de todos os leitores, 9% são adeptos dos livros digitais. Na região Sudeste, apenas 6% dos leitores utilizam os livros digitais, no Sul e Norte, são 5% em cada e no Nordeste o percentual é de 4%.

Classes sociais
Quando analisadas as classes sociais, a classe “A” aparece como a maior consumidora de livros digitais com 21%, seguida da B e da C, com apenas 4% cada. Os dados fazem parte da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, promovida pelo Instituto Pró-Livro e realizada pelo Ibope Inteligência.

Os dados mostram que a penetração da leitura de livros digitais atinge apenas 5% dos entrevistados, o que representa 9,5 milhões de adeptos. A pesquisa ainda mostrou que os e-books ainda não são muito populares no Brasil, já que 82% afirmam nunca ter lido.

Porém, separando os que tiveram acesso dos que não tiveram, há dados que demonstram otimismo em relação ao novo meio de leitura. Segundo a apuração, 45% dos entrevistados alegaram nunca terem ouvido falar em e-books; em contrapartida, outros 25% afirmaram que não ouviram falar, mas que gostariam de conhecer, e 30% mostram que já escutaram algo sobre os livros digitais.

Sobre o contato que os leitores têm com o meio, nota-se que 54% gostaram, 40% gostaram um pouco e apenas 6% afirmaram não terem gostado da experiência. Além disso, quando perguntado se poderiam vir a usufruir da tecnologia de livros digitais, 48% responderam que sim.

Continua depois da publicidade

Fim dos livros impressos?
A discussão sobre livros digitais e impressos é antiga, mas a maioria dos entrevistados, 52%, acredita que os impressos nunca vão acabar e irão conviver igualmente com os livros digitais. Por outro lado, 17% acreditam que os impressos vão continuar, mas em pequenas edições/números. Outros 7% afirma que é uma questão de tempo para que os livros no papel deixem de ser publicados e mais 7% projetam que os digitais serão sempre para poucos interessados.

Entre os livros comprados nos últimos 3 meses, em primeiro lugar aparecem os livros em geral, incluindo os digitais. E neste índice se excluem os didáticos e os de literatura indicados pela escola.

Internet
O estudo ainda revelou que entre os entrevistados, 54% não acessam a internet, enquanto 18% navegam todos os dias, 15% algumas vezes na semana, e 7% e 6% afirmam acessar raramente e uma vez por semana, respectivamente.

Continua depois da publicidade

O total de penetração na internet é de 45% dos entrevistados, que representa um número de 81,4 milhões de pessoas. Os que mais utilizam têm entre 18 e 29 anos e os que menos acessam têm mais de 50 anos, sendo que a maioria dos usuários de concentra no Sudeste do País (46%), seguido do Nordeste (24%), Sul (15%) e Norte (14%).

Por fim, o levantamento tentou identificar o uso que a população faz da internet. A maior parte, com 58%, afirma que utiliza para recreação ou entretenimento; 40% para trabalhos escolares, estudo ou pesquisa; 42% para trocar mensagens e conhecer pessoas; 25% para o trabalho; 18% para pesquisas cultural, científica, saúde etc.; 19% para atualização profissional; e, por fim, 7% para baixar ou ler livros. Do total, 24% acessam sites e redes sociais sobre livros/leitura.