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SÃO PAULO – Assim como tantos jornais, revistas e outras publicações, o New York Times é uma poderosa fonte de informação de eventos passados. Contudo, será que ele poderia prever o futuro? A cientista israelense Kira Radinsky, mais conhecida como a “profeta da web”, diz que sim.
Com apenas 27 anos, Kira já é um prodígio na área de ciência e tecnologia. Ela desenvolveu um sistema único que alerta possíveis futuros desastres, epidemias e grandes eventos – tudo a partir de informações encontradas nos arquivos do jornal norte-americano.
Com um currículo de causar inveja a muitos, Kira entrou na faculdade com apenas 15 anos de idade e recebeu seu Ph.D. em Ciência da Computação aos 26. Ela também aparece na lista dos 35 maiores inventores com menos de 35 anos, realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), que já incluiu nomes como Mark Zuckerberg, Larry Page e Sergey Brin.
Através do algoritmo, a cientista afirma ter previsto a primeira epidemia de cólera em muitos anos, as primeiras revoltas da Primavera Árabe e outros eventos mundiais que foram destaques do NYT. “Se uma tempestade surge dois anos depois de uma seca, poucas semanas depois [da enchente], a probabilidade de um surto de cólera é enorme, especialmente em países com baixo PIB e baixa concentração de água limpa”, exemplificou Kira ao site Fast Company.
Ela explica que, além do arquivo do jornal, o algoritmo também compila informações de redes sociais como o Twitter e até da Wikipédia. Os dados são processados para extrair padrões de causa e efeito que podem ser usados para prever eventos futuros.
Segundo Kira, tudo começou em 2007, quando brincava com o Google Trends (ferramenta do Google que mostra os mais populares termos buscados em um passado recente). Ela descobriu que podia prever um pouco do que as pessoas iriam procurar no buscador, com base em notícias de acontecimentos mundiais recentes. “Em seguida, ela se perguntou se poderia adaptar este mecanismo para prever, com mais probabilidade, outros fenômenos.”
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Por agora, a israelense trabalha com o co-diretor do laboratório de pesquisa da Microsoft, Eric Horvitz, para aperfeiçoar a tecnologia. Segundo eles, a taxa de precisão está entre 70% e 90%. “Ele dá probabilidade, não uma certeza”, ressalta a cientista.